O presidente José Maria Neves defende uma investigação “rigorosa” sobre a expulsão de sete nigerianos de Cabo Verde, que foram impedidos de entrar no país pela Direção de Estrangeiros e Fronteira por alegada falta de meios comprovados de subsistência e indícios de exploração económica. Num post na sua conta no Facebook, Neves enfatiza que, devido aos posicionamentos contraditórios das partes, o incidente precisa ser esclarecido pelas autoridades competentes, de modo a que determinem todos os seus contornos e tomadas as medidas cabíveis.
“Cabo Verde, com base nas suas opções estratégicas de desenvolvimento, de entre as quais se destacam a transformação do país num centro internacional de prestação de serviços e sua inserção competitiva no espaço da CEDEAO, deve cuidar melhor da circulação de pessoas, evitando desgastes desnecessários e prejuízos no relacionamento com os outros membros da comunidade regional”, escreve o Chefe de Estado.
Na mesma publicação, o PR relembra que essa não foi a primeira vez que se verificaram situações do género envolvendo cidadãos africanos. Reforça que Cabo Verde quer ser um país de encontro e ponte entre continentes e culturas. Logo, conclui, os serviços fronteiriços devem estar à altura dos propósitos estratégicos do país.
O caso envolveu dois grupos de nigerianos, num total de sete indivíduos, que planearam visitar algumas ilhas do arquipélago, supostamente a turismo. Porém, foram barrados no aeroporto internacional do Sal no dia 13 de abril, mantidos na fronteira e devolvidos ao aeroporto de Dacar, no Senegal, de onde partiram num voo da companhia aérea Transavia.
As versões apresentadas pelas partes são nitidamente contraditórias. Enquanto a Polícia Nacional alega que não apresentaram capacidade financeira para aguentarem os 14 dias de estadia em Cabo Verde, um membro do grupo de advogados contraria essa informação e diz que um dos nigerianos chegou a fazer um levantamento de 30 contos com o seu cartão Visa para comprovar que o documento estava activo e com depósito. Confira a versão dos dois lados (DEF e Nigerianos) em duas notícias publicadas pelo Mindelinsite sobre a ocorrência.