O comandante Alírio Correia assegurou esta manhã ao presidente da Assembleia Nacional que S. Vicente é uma ilha tranquila, apesar da criminalidade existente e haver em média 1 agente para mais de 300 habitantes. Segundo Correia, a capacidade da PN no Mindelo foi colocada à prova no combate à Covid-19, com a declaração dos estados de emergência e de calamidade, mas mais uma vez os operacionais agiram com a devida eficácia, tornando-se numa das principais ferramentas nessa luta.
“Temos feito um trabalho árduo porque nem toda a gente chegou a entender a gravidade do vírus. A PN tem tido uma boa prestação até esta, mas registamos um caso interno de infecção. A pessoa já está curada e a trabalhar”, frisa o chefe da PN em S. Vicente, lembrando que o Comando dispõe neste momento de apenas 216 efectivos, número que, na sua óptica, precisa ser reforçado.
O Comandante da PN divulgou estes dados durante uma visita de Jorge Santos, que se encontra em S. Vicente para se inteirar das medidas de contenção do novo coronavírus. O presidente da Assembleia Nacional, que tem estado acompanhado de alguns deputados, já esteve na Delegacia de Saúde, no Hospital Baptista de Sousa, nos Bombeiros e agora na Polícia Nacional. Para ele, a forma integrada como o sistema de combate à Covid-19 tem estado a funcionar em S. Vicente é uma referência nacional. Mesmo os bombeiros e a protecção civil, que, segundo Santos, têm estado a enfrentar sérias dificuldades de funcionamento, conseguiram corresponder às expectativas. Mas, para ele, é fundamental confrontar os poderes executivos e o Parlamento com a situação dos soldados da paz, que, lembra, precisam resolver o problema dos Estatutos e ver melhoradas as condições de trabalho.
No tocante à PN, Jorge Santos realçou que alcançou um papel de quase liderança no combate à Covid-19 em S. Vicente, mas também na Boa Vista, Sal e Santiago, embora reconheça que a situação na cidade da Praia seja mais complexa. Aliás, Jorge Santos reconhece que houve um relaxamento social visível na Capital com o fim do estado de emergência. “Mas, esta semana o Governo renovou o estado de calamidade e tomou um conjunto de medidas para reforçar o controlo do distanciamento social e do horário de funcionamento de algumas instituições comerciais, assim como de bares e restaurantes”, enfatizou Santos.
Segundo o presidente da AN, é facto que Praia continua a ter um número de infectados acima da média tolerável e projectada. Daí que defenda uma acção musculada das autoridades, mas sempre no respeito pelos direitos individuais. Este lembra que o direito à saúde consta da Constituição da República e que é um dever de todos defender esse bem.
Para Jorge Santos, a entrevista de alguns jovens na ilha do Sal sobre a pandemia surtiu um efeito de alerta, que interpelou todas as entidades a uma profunda reflexão. Na sua perspectiva, não deixa de ser preocupante a opinião de jovens formados sobre o vírus, pelo que é preciso adaptar a forma de comunicação com a sociedade cabo-verdiana, com recurso a técnicos bem formados.
Jorge Santos concorda que S. Vicente é uma ilha tranquila, apesar da sua conexão das rotas lícitas e ilícitas que chegam ao Porto Grande principalmente por via marítima. O presidente da AN entende que o projecto Cidade Segura, que está em fase avançada de implementação, vai colocar nas mãos da PN mais uma ferramenta de combate ao crime na cidade do Mindelo.