A presidente da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical, Joaquina Almeida, admitiu ontem que a desunião que existe entre os sindicatos em Cabo Verde e a contestação ao seu desempenho deve-se ao facto de estar uma mulher à frente da instituição. Esta luta interna que deveria ser, para Joaquina Almeida, resolvida entre os sindicatos, dificulta a resolução dos problemas dos trabalhadores.
Segundo a responsável da maior central sindical de Cabo Verde, foi uma luta chegar ao posto, até então ocupado só por homens. E, para ela, as contestações à UNTC-CS existem por estar uma mulher no lugar de presidente.
“Sempre houve contestação dos sindicatos à Central Sindical, porém o problema é que agora é uma mulher que está no comando e não é uma mulher qualquer. Se fosse um homem, no dia seguinte à eleição entrariam num bar e o problema seria resolvido nos copos”, expõe Joaquina Almeida, que diz receber críticas desde o primeiro dia do seu mandato.
Estas declarações foram proferidas na sede da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde, na Praia, na abertura do atelier sobre sindicância e jornalismo dos media digitais. Tomando a UNTC-CS como uma mãe, e os sindicatos espalhados pelo país como filhos, esta explica que, como numa família, há sempre filhos rebeldes. A seu ver, os problemas deveriam ser resolvidos internamente e não expô-los aos vizinhos.
Porém, o que acontece neste momento é o contrário, segundo essa líder sindical, pelo que recentemente um grupo constituído por doze sindicatos apresentou uma plataforma digital “para resgatar a UNTC-CS”. Inclusive Joaquina Almeida refutou posteriormente que os Estatutos da Central Sindical não reconhecem esse tipo de iniciativa, pelo que, diz, essa plataforma é ilegal.
Sidneia Newton