O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática, João Santos Luís, reforçou ontem à noite, no encerramento dos trabalhos do XVIII Congresso da UCID, o apelo à união de todos os militantes, inclusive daqueles que afastaram em algum momento, para poderem ultrapassar os desafios e travar a tradição das maiorias absolutas em Cabo Verde. “As portas estão abertas. Precisamos de todos para que o partido possa crescer e servir melhor o país”, disse.
Foram três dias de intenso trabalho, realizado com muita determinação e envolvimento de todos os congressistas, que culminou com um acesso debate, aprovação das contas do mandato anterior e da Moção de Estratégia, e eleição dos novos dirigentes da UCID para os próximos 4 anos. Não obstante admitir que está a está a assumir o partido num momento em que o mundo está a reerguer das consequências da pandemia da Covid-19 e a assistir o eclodir de uma guerra que incompreensivelmente foi provocada pela invasão da Ucrânia pela Russia, situações que afectam Cabo Verde e com consequências que todos estão a sentir, João Luís promete trabalhar para o crescimento do partido e desenvolvimento do país.
“Aqui todos são chamados a dar o seu contributo porque todos para os desafios que nos esperam. O nosso propósito é trabalhar para que a UCID cresce mais e sirva melhor Cabo Verde e a sua população” afirmou, realçando que, em qualquer organização, há divergências de de opinião, mas isso não pode servir para o afastamento ou para criar algum mal-estar porque o preciso precisa de todos os seus militantes, no país e na diáspora, para que o partido possa enfrenar os desafios.
Mas, para que isso, os militantes e amigos do partido tem de trabalhar de forma determinada e abnegada, com foco no crescimento do partido e no desenvolvimento do país, frisou. “Temos de conseguir travar a tradição das maiorias absolutas e alcançar o equilíbrio do poder politico para o bem da Nação, do desenvolvimento da sua economia e da melhoria da qualidade de vida dos Cabo-verdianos. O alcance deste grande objectivo depende unicamente do empenho e dedicação de cada militante. As sucessivas maiorias absolutas, ao invés de contribuíram para a resolução dos problemas do país, têm de certa forma impedido a tomada das melhores decisões e opções para superação dos desafios em prol de um melhor desenvolvimento de Cabo Verde”, enfatizou o novo presidente da UCID.
Sobre este particular, João Luís aproveitou para criticar os sucessivos governos que, do seu ponto de vista, têm preocupado apenas com a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, que não tem refletido na melhoria da qualidade de vida dos cabo-verdianos. “A UCID é defensora do FID – Felicidade Interna Bruta, em que cada cidadão se sinta feliz e possa sentir realizado: ter um emprego, uma habitação condigna, conseguir alimentar e mandar os filhos para escola, enfim, satisfazer todas as suas necessidades. É esta a nossa terra, o pais em que nascemos, crescemos e vivemos, e que muitos, mesmo não sendo CV, escolheram para viver”.
Neste sentido, prometeu contribuir com todas as suas forças para o fortalecimento da democracia nacional, para a estabilização politica, a segurança e a educação de qualidade, que são essenciais para o crescimento e desenvolvimento das ilhas. Prometeu igualmente dar uma atenção especial aos cabo-verdianos na emigração, que têm contribuído e muito para o desenvolvimento de CV mesmo nos momentos de crise. “Também não esqueceremos as comunidades emigradas que, por razões várias, passam por inúmeras dificuldades. Estamos a dois anos e meio das eleições autárquicas e a quatro das legislativas, se não houver nenhuma circunstância que vier a provocar a alteração do ciclo normal. Temos de começar a trabalhar já na segunda-feira para preparar a nossa participação nesta eleições”, declarou, advertindo os militantes do partido para estarem atentos para a chamada.
João Luís terminou fazendo um agradecimento pessoal ao engenheiro António Monteiro e demais dirigentes cessantes por sua dedicação e sacrifício às causas da UCID e de Cabo Verde, aos militantes e amigos, alguns no anonimato e mesmo de fora do partido que deram o seu contributo para esta caminhada, e aos dirigentes locais do MpD, PAICV, Mas Soncente e PP que prestigiaram a cerimónia. Os agradecimentos foram extensivos aos congressistas, realçando que foram três dias de muitas discussões, mas também um momento de amizade e confraternização.
Mas, antes do discurso, lançou um repto aos militantes de Santiago para o XIX Congresso da UCID seja realizado na ilha, um desafio que implica a criação de condições, nomeadamente fazer o partido crescer naquela região.