Janira H. Almada acaba de anunciar que vai apresentar a sua demissão da presidência do PAICV e assumir as consequências pelos resultados obtidos nestas eleições ganhas pelo MpD. Em declarações à imprensa, a líder do partido da estrela negra realçou que na política é preciso ser-se coerente e consequente, pelo que irá comunicar aos órgãos do partido a sua decisão de entregar o comando, sem especificar quando.
“Sempre disse que a política não deve ser aproveitada para se fazer carreira nem usada como profissão e preciso ser coerente e consequente”, justifica Janira Almada, que deu os parabéns ao MpD e a Ulisses Correia e Silva pela vitória.
Este resultado, para ela, significa que o povo avaliou positivamente o desempenho do Governo nestes cinco anos e aprovou as propostas do MpD para o próximo mandato. Em contramão, prossegue, o grosso do eleitorado rejeitou a visão do PAICV e as críticas à governação da equipa liderada por Correia e Silva. Logo é preciso assumir as consequências.
“Penso que durante estes cinco anos ficou claro que o Governo não estava a colocar os interesses de Cabo Verde em primeiro lugar. Mas, a votação mostrou que, afinal, o Governo estava no bom caminho e que o seu programa merece aprovação. Temos de respeitar a vontade popular”, alega a ainda presidente do PAICV, que resolveu assumir a factura política da derrota.
O PAICV conseguiu vencer o MpD apenas na ilha do Fogo, onde elegeu três deputados e os “ventoinhas” dois. No Norte do país, mais precisamente em S. Vicente, onde o partido continua relegado para a terceira posição, conseguiu apenas dois dos dez deputados em disputa, quando a meta eram cinco. Para Janira Almada, a situação do partido na cidade do Mindelo exige um trabalho de fundo da próxima liderança local.
Questionada se vai assumir o seu lugar como deputada, Almada deixou a resposta no ar. Do mesmo modo guardou para si se pretende voltar candidatar-se à sua própria sucessão na liderança do PAICV.
Refira-se que o MpD tem neste momento 36 dos 72 deputados, enquanto o PAICV elegeu 28 e UCID 4, faltando apurar os restantes 4 lugares no Parlamento.