O sindicalista Jailson d’Aguiar quer ser a voz dos trabalhadores no Parlamento se for eleito deputado pelo círculo eleitoral de S. Vicente. Este cabeça-de-lista admite que o PTS (Partido do Trabalho e da Solidariedade) tem fraca expressão política ainda na ilha, mas promete ser uma surpresa nesta campanha.
Mindel Insite – O PTS é um partido com fraca expressão eleitoral em S. Vicente e Jailson d’Aguiar também ainda não é muito conhecido no meio político. Qual a meta do partido para esta campanha no círculo de S. Vicente?
Jailson d’Aguiar – Lutar pelo povo de São Vicente, dar meu contributo para melhorar a condição de vida dos mindelenses.
MI – O que leva Jailson d’Aguiar a liderar as eleições legislativas pelo PTS em S. Vicente?
JA – Pelo facto que SV tem ficado para trás em todos os sucessivos mandatos dos dois partidos políticos que ja governaram o país ao longos dos 46 anos de independência, o que nada abona a sociedade Mindelense
MI – O partido esteve envolto numa polêmica em torno da sua liderança. Qual o impacto que isso teve nos preparativos para estas eleições?
JA – Houve um pequeno atraso, mas, com o Tribunal Constitucional a esclarecer a liderança publicamente, aceleramos os nossos processos e graças a Deus tudo correu bem e estamos aqui na luta…
MI – Quais foram as dificuldades para conseguirem elaborar a lista em S. Vicente e respeitar a lei da paridade?
JA – Enfrentamos muitas dificuldades em encontrar mulheres dispostas a assumir esse desafio, mostrando que muitas mulheres não estão muito interessadas na política aqui em S. Vicente.
MI – Que estratégia o partido vai adoptar para driblar as máquinas partidárias do MpD, PAICV e da UCID e adaptar-se às restrições da Covid?
JA – Nós, como se sabe, somos considerados um partido “offsider”, em relação ao patamar em que os 3 estão encaixados, o que será um factor favorável para nós. Seguiremos o nosso caminho de olhos postos neles, na hora certa vão verificar que não estamos aqui só para fazer figura e que passarão a ver-nos com outra atenção. Desde cedo decidimos fazer a nossa campanha com 6 a 8 pessoas, evitando aglomeração e o alastramento da Covid-19.
MI – Como a sua experiência enquanto sindicalista pode ser aplicada no Parlamento, se for eleito deputado?
JA – Terei especial atenção para as questões laborais, há muita injustiça e muitos problemas com os trabalhadores. Lutarei para melhorar significativamente a situação no mundo do trabalho em S. Vicente. Quero ser a voz dos trabalhadores na casa da nação cabo-verdiana.
MI – Qual será a mensagem primordial que o PTS vai levar ao eleitorado mindelense para atrair o voto?
JA – Como partido do trabalho e solidariedade a nossa principal mensagem é lutar contra a falta de emprego, falta de investimentos na agricultura e pescas, ajudar na criação de meios para que a economia local circule.
MI – Que apreciação o partido faz da governação do actual Governo, que ficou marcada pela pandemia da Covid-19?
JA – O actual governo nada fez para São Vicente para melhorar as condições de vida dos mindelenses. São Vicente manteve sempre no mesmo lugar, não subiu nem um pé para o outro degrau (estagnados). Como sabe, a pandemia veio em Março de 2020 e estavam quase 4 anos no poder, logo o Mpd não pode refugiar-se na pandemia para justificar a sua má prestação como Governo. A pandemia veio mostrar principalmente a comunidade emigrante a situação que os mindelenses vivem. Se não fosse a ajuda dessa comunidade não sei o que seria de nós, muita gente passou fome…
MI – Quais os aspectos/áreas que o PTS promete dar mais atenção caso esteja no Parlamento?
JA – Fazer propostos para atrair investimentos para a criação de mais postos trabalho, habitação social (a que podem pagar), agricultura, pescas e saúde.
MI – Quem é Jailson d’Aguiar?
JA – Sou um jovem de 40 anos de idade, com 12° Ano, Estivador. Adoro ajudar e orientar as pessoas, fui criado na casa da minha avó, longe dos meus pais, amo a minha ilha, pois a minha alma mora aqui em S. Vicente.