A UCID-União Cabo-verdiana Independente e Democrática diz estar preocupada com a situação dos investimentos públicos previstos para São Vicente, mais precisamente com a demora na sua implementação. António Monteiro, que falava à imprensa esta manhã no Mindelo, lembrou que, em Janeiro de 2018, o Governo e o MpD garantiram que este seria o ano da ilha de São Vicente. No entanto, até agora, com excepção da asfaltagem da estrada cidade-Baía, nada se viu, pelo que alerta para não se brincar com a aspiração de um povo porque as pessoas acabarão por cansar.
O presidente dos democratas-cristão elencou vários projectos desenhados para São Vicente, entre os quais as obras de ampliação do Hospital Baptista de Sousa, que limitaram a colocar uma placa, mas os mindelenses continuam a aguardar o arranque dos trabalhos; a requalificação da instancia balnear da Baía das Gatas, o Centro de Hemodiálise, a requalificação do estádio Adérito Sena, a construção do Terminal de Cruzeiros, de entre outros. No caso deste último, o Governo já agendou várias datas para o inicio dos trabalhos, sem sucesso, o que o leva a questionar o que estará por detrás dos sucessivos adiamentos.
“Se está montada a engenharia financeira para se conseguir os 29 milhões de euros necessários e já foi lançado o concurso para a escolha do gestor da obra que os sanvicentinos esperam a anos – o projecto transitou do Governo do PAICV – não entendo porque os trabalhos não arrancam. Esta obra seria importantíssima para garantir postos de trabalhos para dezenas de famílias, o que leva a UCID a questionar se não se estará à espera da pré-campanha. Ou será então as condições físicas existentes na baía do Porto Grande não dão garantia dos onze metros necessários?”, interroga Monteiro.
Para este líder partidário, os sanvicentinos preciso saber o que se passa com estes projectos. Em relação ao Centro de Hemodiálise, de acordo com Monteiro, as obras arrancaram, mas a UCID está preocupada com o seu ritmo. “A demora na sua execução traz problemas sociais e outros para as pessoas que tiveram a infelicidade de estarem na dependência da hemodialise para sobreviverem. É só ver a forma com os cidadãos que saíram das suas ilhas estão a sobreviver na cidade da Praia, o único município do país onde existem estes equipamentos.”
Tudo isso para concluir que a única obra prometida e que o Governo do MpD até agora conseguir executar é a estrada cidade-Baía das Gatas. Mas, mesmo isso, precisa ainda ser concluída porquanto falta passeios em determinadas passagens, o que cria obstáculos e perigo para os transeuntes.
Mas, o mais grave, no seu entender, é a ligação aérea São Vicente-Lisboa. Trata-se de um tema que, assume Monteiro, a UCID não cansa de repetir, tendo em conta o seu impacto na vida das pessoas. A título de exemplo, este garante que, neste momento e até o dia 31 deste mês, a diferença de preço das passagens nesta rota, entre São Vicente, Praia ou Sal é de 37.500 escudos. “Éurgente o Governo colocar a CV Airlines a operar a partir do Aeroporto Cesária Évora (AICE). Aventou-se a hipótese de colocar um boeing 737 na linha São Vicente-Lisboa, mas parece que o assunto caiu no esquecimento. Queremos que os cidadãos cabo-verdianos tenham as mesmas oportunidades e as mesmas condições de viagens por isso exige que a CVA crie as condições neste sentido.”
Lembra que já questionou o Governo sobre todos os investimentos e projectos previstos para São Vicente por diversas vezes e que são “compromissos” firmados e que não estão a ser cumpridas. Na mesma linha criticou o Governo por estar a festejar os dados da INE que apontam para um crescimento na ordem dos seis por cento porquanto, diz, o Cabo Verde já registou crescimento de dois dígitos, 10%, e que o próprio MpD prometeu um crescimento médio anual de 7%. Por outro lado, adverte, os cabo-verdianos ainda não sentiram os efeitos deste crescimento.
Constânça de Pina