Os herdeiros de Ugo Olivieri consumaram a ameaça e fizeram ontem o embargo extrajudicial da construção do hotel Four Points by Sheraton nas proximidades da praia da Lajinha, em S. Vicente. Como se costuma dizer, a terceira foi de vez, visto que o jornal Mindelinsite chegou a noticiar por duas vezes essa intenção por parte dos filhos desse ex-funcionário da empresa italiana Italcable, que funcionou na cidade do Mindelo até 1974.
Conforme apurou este diário digital, a jurista Ronise Évora, advogada dos alegados donos do terreno, foi para a obra acompanhada de pelo menos seis testemunhas, pediu para pararem os trabalhos de imediato, mas nada disso aconteceu.
Fonte deste jornal conta que a jurista e outras testemunhas estiveram no local da construção do empreendimento das 11 às 13 horas e, apesar das dificuldades, conseguiram fazer fotos do estado do empreendimento, mas do exterior, para constar do processo. Agora, a defesa dos herdeiros tem cinco dias para dar entrada do pedido de rectificação do embargo no Tribunal da Comarca de S. Vicente.
Este jornal noticiou esta segunda-feira que os herdeiros de Ugo Olivieri podiam embargar a construção do hotel Sheraton em S. Vicente a qualquer instante, visto que o prazo legal para o efeito termina no dia 17 deste mês. Fonte fidedigna havia garantido ao Mindelinsite que tomaram essa decisão depois de esgotado um prazo que deram ao Estado de Cabo Verde para chegarem a acordo. Enviaram cartas ao Primeiro e ao Vice-primeiro ministro, ao director do Património do Estado, ao presidente da Câmara de S. Vicente e à própria empresa, mas a resposta foi um completo silêncio. Esta atitude foi, para eles, prova de que as autoridades cabo-verdianas estão pouco ou nada interessadas em sentar à mesa e discutir o assunto. Assim sendo, decidiram parar a obra.
A nossa fonte garantiu que a ideia era partir para um embargo extrajudicial, o que acabou por acontecer ontem. Para o efeito, os representantes legais dos herdeiros do falecido Ugo Olivieri – antigo funcionário da Italcable que recebeu essas terras em troca de uma indemnização (ver notícia relacionada) – contactaram directamente a empresa, munidos de uma acta e ordenaram a suspensão dos trabalhos.
O Mindelinsite esteve ontem à tarde na obra, mas uma responsável da empresa construtora negou comentar o sucedido, alegando que não está autorizada para o efeito. O jornal abordou também a advogada do consórcio dessa empreitada, mas ela negou também comentar esse acontecimento. A mesma postura teve a jurista Ronise Évora, representante legal dos herdeiros e alegados donos do lote onde está a ser construído o enorme empreendimento hoteleiro.