O Governo reagiu com preocupação à notícia divulgada pelo New York Times sobre a existência de uma lista de 43 países – Cabo Verde incluído – que deverão enfrentar proibições ou restrições para viajar para os Estados Unidos. Neste sentido, promete encetar diálogo com as autoridades do país para obter esclarecimentos sobre os motivos que levaram à inclusão do país nesta lista.
Em comunicado assinado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, o Executivo de Ulisses Correia e Silva explica que Cabo Verde aparece nesta lista, que é categorizada por gravidade, no nível amarelo, sendo mais graves os níveis vermelho e laranja. Isto significa, no seu entender, que existem preocupações que poderão ser sanadas em diálogo com as autoridades americanas num prazo de sessenta dias.
Por isso, explica, vai encetar diligências junto das entidades competentes dos Estados Unidos da América para obter esclarecimentos detalhados sobre as preocupações que levaram à inclusão do país nesta lista. Paralelamente, reafirma o compromisso com o estrito cumprimento das normas e regulamentos internacionais, nomeadamente os estipulados pelos Estados Unidos da América.
Assegura, por outro lado, que tomará todas as medidas necessárias para responder de forma eficaz a quaisquer questões levantadas e promete acompanhar de perto a evolução deste processo e manterá informados todos os cabo-verdianos, tanto no território nacional como na diáspora.
A notícia, divulgada ontem pelo jornal New York Times e retomada pela imprensa em quase todos os pontos do planeta, revela que Cabo Verde, Angola, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial, todos eles integrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), estão entre os 43 países cujos cidadãos podem vir a enfrentar restrições à entrada nos Estados Unidos.
O projecto, indicam, está a circular no seio da administração de Donald Trump e enumera três níveis de países cujos cidadãos podem enfrentar proibições ou restrições nas viagens para os Estados Unidos. Cabo Verde surge no grupo de nações às quais poderá vir a ser dado um prazo de 60 dias para corrigir deficiências detectadas, sob pena de sofrerem restrições mais pesadas.
Alegadamente, a referida lista foi desenvolvida pelo Departamento de Estado há várias semanas e é provável que sofra alterações quando chegar à Casa Branca. O projeto sugere uma lista “vermelha” de 11 países cujos cidadãos seriam categoricamente proibidos de entrar nos Estados Unidos: Afeganistão, Butão, Cuba, Irão, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iémen.
Na lista “laranja” de 10 países as viagens seriam restringidas, mas não cortadas. Ou seja, abre uma excepção para os viajantes de negócios abastados, mas exclui as pessoas que viajam com vistos de imigrante ou de turista. “Os cidadãos incluídos nessa lista seriam também sujeitos a entrevistas presenciais obrigatórias para obterem um visto. A lista incluía a Bielorrússia, Eritreia, Haiti, Laos, Myanmar, Paquistão, Rússia, Serra Leoa, Sudão do Sul e Turquemenistão”, detalha.
Já aos 22 países categorizados na lista “amarela” estabelece um prazo de 60 dias para corrigir as deficiências detectadas, com a ameaça de serem transferidos para as outras listas, caso não cumpram.