O Governo expressou uma “firme condenação” pela tentativa de golpe de Estado ocorrido ontem na Guiné-Bissau e saudou a actuação do Presidente da República Bissau guineense, e das autoridades. Em comunicado, o executivo afirmou ainda que esta actuação “resultou no rápido restabelecimento da ordem e tranquilidade”.
O Governo reitera a sua solidariedade para com a Guiné-Bissau, e apela que a ordem constitucional possa continuar a vigorar naquele, lê-se num curto comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional. Igualmente o Presidente da República apelou ao regresso à normalidade na Guiné-Bissau e pediu que a Constituição seja respeitada, após falar com o homólogo no início da noite de ontem. José Maria Neves diz ter constatado que “o seu homólogo e os membros do Governo bissau-guineense estão livres de perigo e a situação já está a retornar à normalidade”, referindo-se à tentativa de golpe de Estado.
O Chefe de Estado exprimiu ainda a sua solidariedade ao Governo e ao povo da Guiné-Bissau, e afirmou que “acompanha com grande preocupação os acontecimentos ocorridos nas últimas horas” e que “condena o recurso à força como forma de subverter a ordem e provocar alterações em relação ao poder vigente”.
Ontem a imprensa internacional noticiou que tiros foram ouvidos perto da hora de almoço junto ao Palácio do Governo onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam. Dizem ainda que os militares entraram cerca das 17h20 no palácio do Governo e ordenaram a saída dos governantes que estavam no edifício. Pelos menos seis pessoas terão morrido.
As relações entre o Chefe de Estado e do executivo da Guiné Bissau têm sido marcadas por tensão, agravada em final de 2021 por causa de um avião Airbus A340, que o Governo mandou reter no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial, e pela recente remodelação governamental.
A União Africana, a Comunidade Económica dos Países da África Ocidental, através da Presidência angolana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e o Secretario-geral das Nações Unidas também já condenaram a tentativa de golpe. Umaro Sissoco Umbaló já veio a publico agradecer as forças de defesa e segurança por terem conseguido frustrar esta acção, considerado um “atentado à democracia”.
C/ TSF