Governo afirma que não compactua com turismo sexual e diz que CV é promovido como destino de excelência e ético

A reportagem do jornal El Espanol, que aponta Cabo Verde como um destino de turismo sexual procurada fundamentalmente por mulheres espanholas, suscitou reações do Instituto do Turismo e do ministério do sector, que negam categoricamente a promoção institucional dessa imagem. “O Governo e as instituições do país não compactuam com qualquer turismo que se assenta no turismo sexual”, afirmou ontem o Ministério do Turismo e Transportes, acentuando que o arquipélago tem sido apresentado por todas as instituições oficiais como um destino de “excelência, responsivo e ético” com base nas suas praias, belezas naturais, montanhas imponentes, património histórico e cultural e morabeza.

O MTT assume, no entanto, que o turismo sexual é um fenómeno mundial de difícil controlo, que ultrapassa fronteiras e exige vigilância constante. “Neste sentido, o Governo sublinha a importância de os operadores turísticos continuarem a assumir um papel responsável na promoção do destino, alinhando-se com os valores e princípios que norteiam a política turística nacional e os valores do país.”

No tocante ao alegado envolvimento de turistas com adolescentes fundamentalmente nas ilhas do Sal e de S. Vicente, o MTT garante que as instituições com responsabilidades em matéria social e de proteção de menores têm vindo a agir na prevenção e de forma firme, sobretudo na salvaguarda das crianças e adolescentes. As mesmas, prossegue, têm estado a reforçar ações e a dar combate a todo o tipo de exploração.

Sobre esta polémica, o presidente do Instituto do Turismo de Cabo Verde chegou também a salientar que o país não pode ser visto como um destino de turismo sexual. A haver esta prática, disse Jair Fernandes à agência Inforpress, as autoridades devem agir. E assegurou que as averiguações sobre as denúncias constantes da reportagem já estão em curso.

Conforme o responsável do ITCV, Cabo Verde tem sido promovido internacionalmente como um local de “bons costumes e morabeza”, respeitador dos direitos das crianças e adolescentes e com forte aposta no turismo de base familiar. Frisou que, à semelhança de outros pontos turísticos em crescimento, o arquipélago está sujeito a tentativas de difamação através das redes sociais e de plataformas internacionais. Disse, aliás, que não é de agora que destinos concorrenciais recorrem a pequenos subterfúgios para denegrir a imagem uns dos outros.

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