O deputado nacional João Gomes garante que a Cabo Verde Airlines está na disposição de colocar ATRs para fazer a conexão entre os voos internos com os externos, caso a Binter CV não conseguir resolver este problema. Este eleito do MpD por São Vicente revelou à imprensa hoje no Mindelo que tem havido reuniões ao mais alto nível entre o Governo e a direcção da Binter nas Canárias, no sentido de resolver este problema. No entanto, caso não se encontrar uma solução, a CV Airlines equaciona trazer aviões para assegurar estas ligações e assim alimentar o hub do Sal.
É que, de acordo com Gomes, o problema de entrada e saída de São Vicente tem a ver com a falta de conexão dos voos internos com os externos. “Já me aconteceu viajar de São Vicente e dormir no Sal, para seguir no dia seguinte para Lisboa. É inadmissível. Mas o Governo está atento e sei que em Abril realizaram-se três reuniões nas Canárias para se tentar encontrar uma solução. Não tenho detalhes, mas sei que a CV Airlines está na disposição de colocar ATRs no país para assegurar as ligações internas”, assegura.
Este eleito explica que o hub aéreo de Cabo Verde está baseado no Sal, que é uma opção do Governo. No entanto, para o alimentar , é preciso que haja conexão interna. É neste sentido que a CV Airlines pretende colocar ATRs no país, caso não se resolver com a Binter a questão da conexão. “Não estamos satisfeitos. Mas pedimos aos sãovicentinos que nos deem o benefício da dúvida. Encontramos uma empresa em situação que todos sabemos, mas não podemos naufragar em lágrimas do passado. A CV Airlines já está a funcionar bem a nível internacional. Agora, se em relação à conexão não está a funcionar, a CV está na disposição de garantir estas ligações internas.”
Enquanto isso, Gomes aponta a TAP e a TUI como alternativa viável para as gentes do norte. Segundo diz, a companhia aérea portuguesa tem voos diários entre São Vicente e Lisboa. Já a TUI faz duas ligações semanais entre Holanda e Mindelo. “Os cabo-verdianos que vivem em Holanda, França e outros países próximos conseguem viajar regularmente pela TUI. A CVA ainda não faz voos Lisboa-São Vicente, mas é preciso dizer que os passageiros da TAP não são propriamente os nossos emigrantes. Tem a sua clientela própria. Nenhuma empresa pode se dar ao lux de excluir uma ilha ou um determinado ponto da sua rota. As companhias aéreas querem é lucro.”
No caso de São Vicente, este indica que a ilha tem apenas mil camas e que o Executivo está a trabalhar para aumentar a capacidade de acolhimento com a construção de novos hotéis, pelo que no futuro é expectável uma maior procura. “Já temos os aviões Praia de Santa Maria e Baía do Tarrafal. Esperamos ter um dia um avião com o nome de Monte Cara. Mas esta não é a questão. Repito, os emigrantes que querem vir de férias, conseguem, via TAP ou TUI”, refere, reconhecendo no entanto que também sofre com os custos elevados porque viaja regularmente na rota S. Vicente-Lisboa.
Constânça de Pina