Flávio Lima coloca em xeque eleição da nova presidente da CP do MpD em S. Vicente e questiona democracia interna

A escolha de Dirce Lena da Luz como nova presidente da Comissão Política Concelhia do MpD em S. Vicente, em substituição de Helena Fortes, está envolta em polémica. A contestação está expressa num “desabafo crítico” de Flávio Lima no Facebook, no qual afirma em letras garrafais que não houve nenhuma eleição para o referido cargo. Segundo Lima, no dia 14, em resposta à sua “profunda indignação” manifestada na referida rede social foi surpreendido por um comunicado do MpD-SV anunciando Dirce Lena como sucessora de Helena Fortes, actual presidente da Assembleia Municipal de S. Vicente, na liderança local.

O comunicado informa, segundo Flávio Lima, que a eleição foi realizada pelos membros da Comissão Política Concelhia e ratificada pela Comissão Política Nacional, sob a alegação de estar em estrita conformidade com os estatutos e regulamentos internos do partido. Porém, diz o ex-lider da bancada do MpD na AMSV, surgem uma série de questões fundamentais e inquietantes: quando aconteceu a eleição, o seu resultado, a competência da CP para eleger a presidente da Comissão Política, o artigo dos estatutos que permite uma “eleição restrita” entre um pequeno grupo de membros do partido, ou melhor, “meia dúzia de amigo ou aliados próximos”…

“Para quem não sabe, a Sra. Helena Fortes me excluiu das listas do MpD por eu não ser seu amigo íntimo e por não possuir a dita ´confiança política´, que, ao que tudo indica, se sobrepõe à competência e ao compromisso com o partido”, denuncia Lima, reforçando que foi reprovado no “crivo da confiança de uma senhora que nunca tinha visto em nenhuma actividade do MpD” e que sequer sabia se era simpatizante do partido.

“O que reina é uma política baseada em amizades, reuniões informais, copos e uma ´confiança´ que, até hoje, não se sabe em que fundamento está assentada”, critica o ex-candidato a presidente da CP-SV, que se mostra cauteloso sobre a situação da CP a partir de agora. Isto porque, na sua perspectiva, a nova presidente terá a “difícil missão” de liderar uma equipa formada a partir de uma” dinâmica própria”, da qual ela não foi protagonista, não teve contacto direto com os membros e desconhece as expectativas das pessoas. Porém, o mais importante, segundo Lima, é a legitimidade que assite Dirce Lena para representar os milhares de militantes “ventoinhas” existentes de S. Vicente.

Perante esse cenário, Flávio Lima considera que todos os ingredientes estão reunidos para mais um fiasco e alguns anos de inércia e retrocesso do MpD na terra do Monte Cara. E questiona a quem beneficia tal articulação, que, diz, parece caminhar para a extinção do partido na região.

Para este contestatário, o processo electivo da nova responsável do MpD em S. Vicente foi tudo menos um acto transparente e que visa a renovação democrática interna. E salienta que o mais grave é saber que tudo está acontecendo com a benção, ou complacência, da Comissão Política Nacional. A seu ver, isto revela um quadro ainda mais preocupante, de uma estrutura nacional que parece fechar os olhos às irregularidades internas e à falta de democracia.

Reitera, por isso, a sua demarcação pública de um acto que considerou “vergonhoso, antidemoicrático e sem qualquer credibilidade”. Na sequência, desafia a DN-MpD a apresentar de forma transparente e detalhada os regulamentos e os artigos dos estatutos que embasam o referido processo eleitoral, explique claramente a base legal e o motivo pelo qual o processo foi restrito a um grupo pequeno e promova a convocação imediata de uma Assembleia-Geral do partido em São Vicente, com ampla participação dos militantes, para legitimar e validar qualquer decisão que impacte diretamente o futuro do partido na região.

Dirce Lena da Luz, relembre-se, foi apresentada como a nova presidente da Comissão Política Concelhia do Movimento para a Democracia em São Vicente, sucedendo Helena Fortes no cargo por motivos de incompatibilidade, por Fortes ter assumido a presidência da AMSV. O comunicado informa que a eleição envolveu os membros da Comissão Polícia Concelhia e foi posteriormente ratificada pela Comissão Política Nacional, “em estrita conformidade com os estatutos e regulamentos internos do partido”. Alegações que agora são contestadas pelo ex-candidato Flávio Lima.

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