Farmácia do Estado de SV volta a funcionar com apenas um colaborador: Utentes esperam e desesperam por atendimento 

A Farmácia do Estado de S. Vicente, a funcionar na delegacia de Saúde, está a operar neste momento com apenas um colaborador, repetindo a situação análoga de 2024 quando o segundo técnico entrou de férias, para desespero dos utentes, numa altura em que a demanda é cada vez maior devido a um surto de gripe que se vive na ilha. Por causa disso, as pessoas se aglomeram no átrio do serviço à espera de atendimento, que tarda a acontecer.

Esta situação foi testemunhada pelo Mindelinsite na Delegacia de Saúde, onde pode constatar a presença de um número significativo de pessoas à espera de ser atendido por um único funcionário. Pelo que conseguimos apurar ainda, dos cinco colaboradores iniciais, restam apenas dois. Os demais foram para reforma e numa foram substituídos. “São apenas dois os técnicos que asseguram o funcionamento da farmácia. A situação que já era complicada, agravou-se ainda mais agora em dezembro porque um dos colaboradores entrou de férias,” confirmou uma fonte ouvida no local por este diário online. 

E o cenário tende a agravar-se, segundo a mesma fonte, porque no próximo ano um dos funcionários remanescente entra também para a reforma. “Não se vislumbra uma melhoria no serviço. Neste momento, foi alocada à farmácia um jovem, que cumpre o estágio curricular, mas ainda precisa de ajuda e orientação para inteirar do seu funcionamento. E o estágio termina já no dia 26 próximo”, desabafa, lembrando que a população da ilha tem vindo a crescer e, consequentemente, a demanda está a aumentar, sobretudo nesta altura do ano em que a ilha enfrenta um surto de gripe. 

A técnica de serviço na farmácia recusou tecer comentários, por medo de represália. No entanto, é visível o seu descontentamento com a sobrecarga de trabalho. “Neste momento, a farmácia atende os utentes das 8h às 14 horas  – venda de medicamentos o público e aviamento de receitas dos doentes crónicos – porque faz outros trabalhos burocráticos. Por exemplo, avia os medicamentos para os diferentes centros de saúde da ilha,” detalha uma outra fonte. Instado se já informaram à Direção Nacional sobre a situação, está limita-se a dizer que estão ao corrente dos factos desde há muito tempo, mas o problema persiste.   

A outra técnica iniciou às suas férias no dia 8 de dezembro. Acredito que sabiam que a farmácia iria ficar desfalcada, com apenas um funcionário para fazer todo o serviço. Mesmo assim, nada fizeram. Apenas na terça-feira, após insistência junto da Direção Nacional enviaram uma estagiária. Mas é alguém sem qualquer tipo de experiência, que está a prender”, desabafa a fonte.

Por cada receita aviada, os utentes pagam a módica quantia de 100 escudos. Mesmo assim, por dia, a farmácia atende mais de 70 pessoas, mais os doentes crônicos que procuram o serviço para levantar receitas. “A Direção Nacional de Farmácia precisa contratar mais técnicos, sob pena dos dois atualmente no ativo entrarem em colapso. Os dois funcionários estão sobrecarregados.”

Tentamos ouvir a Diretora Nacional de Farmácia, Simone Faria Lima, que reconheceu o problema e prometeu prestar os esclarecimentos por escrito. Entretanto, até a publicação desta notícia – estamos à espera desde quarta-feira -, não houve nenhuma resposta. 

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