Morreu esta segunda-feira, 8 de dezembro, na cidade da Praia, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, José Filomeno Monteiro. Conhecido também por “Embaixador”, José Filomeno deixou o Governo em outubro devido a problemas de saúde.
Diplomata de carreira, José Filomeno Monteiro foi embaixador de Cabo Verde nos Países Baixos, na Hungria, na Bélgica e junto da União Europeia, este último considerado pelo Governo um dos postos de representação diplomáticas mais importantes e prioritárias para o arquipélago. Foi eleito deputado nacional na lista do Movimento para a Democracia (MpD), na ilha de Santiago.
Para o colaborador do Mindelinsite Adilson Santos da Cruz, o malogrado foi um dos grandes intelectuais do arquipélago, um mestre silencioso e um farol que iluminou o seu modo de ver o mundo. “José Filomeno foi, para mim, mais do que um pensador brilhante: foi um homem cuja lucidez e elegância moldaram profundamente a forma como aprendi a olhar para o meu país, a compreender as suas virtudes e fragilidades a partir de um lugar neutro, honesto e profundamente humano”, escreveu em uma publicação na sua página.
Com ele, prossegue, aprendeu que a verdadeira inteligência não grita, esclarece. Que a crítica não precisa ferir, basta apontar caminhos. Que o amor pela terra é maior quando somos capazes de observá-la sem paixões cegas, mas com o coração aberto e a mente firme. “José Filomeno ensinou-me que a maturidade intelectual nasce da capacidade de ouvir, ponderar e reformular sempre com dignidade. A sua partida deixa um vazio imenso, não só na cultura cabo-verdiana, mas no espírito de todos aqueles que tiveram o privilégio de aprender com o seu exemplo”, assegurou.
Para ele, José Filomeno era um homem de palavra fina, pensamento elevado e de uma serenidade rara, capaz de transformar conversas simples em lições profundas. “Hoje, presto-lhe esta homenagem com gratidão e respeito. Porque muito do que sou e principalmente do que tento ser devo às suas reflexões, à sua postura e ao modo brilhante como via Cabo Verde: com clareza, com profundidade e com uma elegância que permanece para além da vida”, acrescentou.
Adilson dos Santos augura, por isso, que a sua luz continue a inspirar-nos. Que o seu legado intelectual perdure. E que o seu nome seja lembrado como merece: como o de um grande homem, cuja sabedoria marcou uma geração e continuará a ecoar no futuro do nosso país. Descanso eterno ao embaixador.
