As Forças Armadas negam que Cabo Verde esteja a preparar o envio de tropas em missão humanitária para a Ucrânia, informação esta que, segundo a instituição castrense, esteve a circular nas redes sociais. Em comunicado na sua página no Facebook, as FA desmentiram esse rumor e condenaram o uso indevido tanto da imagem de militares como do nome das forças armadas.
A guerra na Ucrânia está a lançar preocupação em todas as latitudes, com o receio de ser o rastilho que vai detonar o terceiro grande conflito mundial, caso a América e a OTAN decidam intervir. Até o momento, os Estados Unidos e a União Europeia têm-se limitado a aplicar sanções à Rússia, por ser o país invasor e que despoletou a guerra, e a enviar materiais bélicos para ajudar a Ucrânia. Por outro lado, a China mantem-se em cima do muro, mas com a balança a pender para Rússia.
No terreno, o conflito, que entrou no quinto dia, já provocou várias mortes, mas está a ser difícil confirmar a veracidade das estatísticas. Da parte de Kiev, capital da Ucrânia, os dados apontam para 352 civis mortos, incluindo 14 crianças, além de 1.600 feridos. A Rússia admite ter perdido soldados, mas não avança números.
Com o conflito ganhando proporção e terreno, quando o exército russo já está a apenas 30 quilómetros de Kiev, foi anunciado um encontro para hoje, segunda-feira, entre as partes beligerantes para tentar um cessar-fogo. O local para as negociações será na Bielorrúsia, onde a delegação da Ucrânia já se encontra. Depois de se ter recusado durante vários dias a negociar “ultimatos” com o Kremlin, o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenskii, disse no domingo que os dois países em guerra iriam reunir-se sem “pré-condições”, algures na zona de fronteira entre Ucrânia e Bielorrússia.
Citados pela agência russa TASS, porta-vozes do chefe de Estado da Ucrânia e do Governo da Federação Russa confirmaram que as negociações vão arrancar nesta segunda-feira de manhã. Do lado ucraniano, porém, as perspectivas de sucesso do encontro são muito reduzidas. Não só porque sucedem a mais uma noite de bombardeamentos e ataques nas Forças Armadas russas em vários pontos do país, como se realizam debaixo da nuvem negra da ameaça nuclear feita na véspera pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Segundo o Washington Post e a Associated Press, o Presidente Alexander Lukashenko estará, inclusivamente, a ponderar enviar tropas bielorrussas para o conflito a qualquer momento. No domingo, a Bielorrússia também aprovou, em referendo, uma emenda constitucional que rejeita o estatuto de “país não-nuclear” e que pode levar a Rússia a transferir para lá parte do seu armamento nuclear.