Eurico Monteiro agradece o “apoio fulcral” de Portugal ao desenvolvimento de Cabo Verde desde a sua Independência

O Embaixador de Cabo Verde acreditado em Lisboa destacou ontem, 5 de Julho, o papel desempenhado por Portugal enquanto parceiro de desenvolvimento do país não só pela história de séculos mas pelos apoios concretos, múltiplos e progressivos que tem dado ao arquipélago. Eurico Monteiro falava numa mensagem dirigida à comunidade cabo-verdiana em saudação à passagem dos 45 anos da independência de Cabo Verde.

“É de justiça homenagear os nossos parceiros de desenvolvimento sem os quais tudo seria muito mais difícil. Hoje estaríamos muito mais distantes do nível a que nos encontramos”, enalteceu o diplomata ao indicar os ganhos do país desde 1975 a diversos níveis, desde a educação, saúde, justiça passando por ambiente, habitação, emprego, rendimentos, infraestruturas, transportes e comunicação.

“De um pais extremamente pobre, com capacidade produtiva insignificante e uma taxa de analfabetismo quase assustadora, e não obstante os parcos recursos, Cabo Verde soube fazer um percurso elogiado por toda a comunidade internacional e é justo reconhecer que, para além das críticas legítimas que possam ser assacadas, enaltecer o papel dos que souberam conduzir o país para patamares cada vez mais elevados de desenvolvimento”, anotou Monteiro, para quem também é de  elementar justiça homenagear os parceiros de desenvolvimento, sem os quais tudo seria muito mais difícil.

Parceiro imprescindível

Eurico Monteiro deu ainda a entender que Portugal é um parceiro social importante para Cabo Verde que, para além de um pacote de cooperação de 140 milhões de euros para quatro anos assinado em 2017 com o arquipélago, envolve os dois países pela sua dinâmica e necessidades imprevistas e uma enorme disponibilidade das autoridades portuguesas em apoiar não só com gestos e palavras, mas também de forma séria e competente. De acordo com Monteiro, estes factos demonstram a intensidade da cooperação entre os dois países.

O Embaixador realçou o facto de a comunidade cabo-verdiana radicada em Portugal estar integrada na sociedade, fazendo notar que a maior parte já dispõe de nacionalidade portuguesa e outra já tem a residência regularizada, especialmente após a medida do governo luso de deferir todos os pedidos no SEF e nos departamentos de atribuição da cidadania.

Considerou de importante os dados que apontam para a melhoria dos problemas de integração da comunidade, mas sublinhou a existência de problemas por resolver dando a entender a aquilo que chamou de “enorme vontade política” de resolver progressivamente tais constrangimentos. “Esta pandemia pode agravar a situação do emprego na sociedade portuguesa e no mundo, mas atinge em maior grau as comunidades emigradas” disse, realçando o facto de os postos de trabalho mais afetados serem os em que ocupam a maioria da comunidade cabo-verdiana.

O diplomata referiu-se ainda ao impacto que esta pandemia teve e continua a ter em Cabo Verde num momento crucial em que o pais estava a desenvolver a volta sete por cento e com um aumento considerável no nível do emprego. Aproveitou a ocasião para exprimir ao governo português o agradecimento do executivo cabo-verdiano pelo apoio dado desde a independência e, sobretudo, neste período de pandemia.

“São vários os apoios mas permitem-me destacar a autorização pedida a UE para a exportação de material médico para Cabo Verde no quadro da CPLP. Graça a essa autorização para a exportação de material médico para fora da U. E, Cabo Verde tem conseguido suprir as suas necessidades nesta matéria de facto absolutamente essencial para o controlo da doença” considerou.

Covid-19 condiciona festa

O diplomata lamentou o facto de a situação pandémica que se vive limitar a intenção da missão que dirige de assinalar esta data como um vasto programa que congregasse toda a comunidade cabo-verdiana numa verdadeira festa de independência nacional. “A pandemia da convid-19 obriga a observância de regras sanitárias de distanciamento social, impondo a todos novos formatos no desenvolvimento das atividades e na celebração dos nossos momentos históricos”, sublinhou, realçando o facto de a independência constituir um dos marcos mais importantes de Cabo Verde.

No entender de Eurico Monteiro esta tragédia mostrou, uma vez mais, pela atitude da comunidade e dos cabo-verdianos em geral, que Cabo Verde é um pequeno país, mas uma grande nação que, nas adversidades, se uniu todo na causa nacional. “Seja onde for ou lá onde estivermos, levamos sempre a pátria connosco ela é a nossa alma a nossa eterna referencia. Sabemos fazer do mundo a nossa casa mas sabemos sempre fazer da pátria a nossa alma”, concluiu o Embaixador de Cabo Verde em Portugal.

João do Rosário

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