Estudantes provenientes da China sem sintomas e com monitorização diária

Os cinco estudantes cabo-verdianos provenientes da China, que desembarcaram na ilha de São Vicente na passada sexta-feira, 31 de Janeiro, estão “retidos” em casa e com monitorização diária da Delegacia de Saúde. Esta informação foi avançada hoje num exclusivo ao Mindelinsite pelo delegado. Elisio Silva reconhece, no entanto, que muitas pessoas, sobretudo comerciantes, chegaram antes da sexta-feira, data em que foi activado um conjunto de medidas preventivas. 

De acordo com o Delegado de Saúde, desde que as medidas preventivas começaram a ser implementadas desembarcaram em S. Vicente apenas cinco estudantes provenientes da China. Elísio Silva tranquiliza, no entanto, a sociedade dizendo que estes discentes não residiam na cidade de Wuham, epicentro da epidemia do novo coronavírus e que neste momento está completamente isolada do restante do país. “Estes estudantes residiam em outras cidades. Viajaram em voos internacionais e foram recebidos por uma equipa da Delegacia de Saúde no Aeroporto Cesária Évora”, explica Elisio Silva, que aproveita para informar que neste momento o ministério da Saúde mantém equipas em todos os aeroportos internacionais de Cabo Verde. 

Ao chegarem, os estudantes receberam máscaras de protecção e preencheram uma ficha detalhada em que indicaram a sua proveniência e responderam varias questões, entre as quais se apresentaram qualquer tipo de sintoma nos últimos dias, ou seja, antes e durante a viagem.  “Não foram submetidos a qualquer tipo de exame, como por exemplo de sangue ou urina. Os estudantes apenas preencheram uma ficha e receberam orientações, segundo o guia da Organização Mundial da Saúde e do próprio ministério da Saúde de Cabo Verde”, esclarece o delegado. 

Felizmente, segundo este responsável pela saúde publica na ilha de São Vicente, nenhum dos estudantes apresenta qualquer sintoma. Mesmo assim foram aconselhados a permanecerem em casa e terem o mínimo de contacto com as pessoas. “Estes estudantes não estão de quarentena, apenas foram aconselhados a permanecerem em casa nos próximos 14 dias. Foram ainda orientados a contactar os serviços de saúde caso apresentarem qualquer sintoma. E a própria DS tem mantido contacto diário para monitorar o seu estado de saúde”, assegura, realçando o facto de todos terem chegado aqui devidamente preparados e informados sobre o coronavírus. 

Como medida de prevenção, diz Elisio Silva, outras equipas foram mobilizadas, designadamente uma de Proteção Civil para recolher as pessoas e encaminha-las para o Hospital Baptista de Sousa caso apresentarem algum sintoma, sendo que neste estabelecimento hospitalar foi criado um espaço próprio e tem uma outra equipa de prontidão. “Em S. Vicente sou o responsável epidemiológico. Se houver qualquer suspeita sou contactado. Cabe à Delegacia de Saúde a responsabilidade de activar todas as demais equipas. Acredito que, dentro do possível, estamos preparados. Agora, esperamos que não venha a registar nenhum caso de coronavírus.” 

Em relação aos demais cidadãos chineses que residem e trabalham nesta ilha e no país em geral, o DS explica que se chegou a um acordo a nível da Associação Amizade China-Cabo Verde para que, pelo menos nesta fase, as pessoas que estão no país se abstenham de viajar para a China e vice-versa. 

Constânça de Pina

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