O embaixador do Japão acreditado em Cabo Verde elogiou o estado de conservação e o funcionamento do Complexo de Pesca de Cova d’Inglesa, no Mindelo (CPCI), infraestrutura financiada há mais de 25 anos em 1,403 milhões de escudos pela Cooperação Japonesa. Akamatsu Takeshi visitou o projecto, acompanhado do Ministro do Mar, Jorge Santos, para se inteirar das actividades desenvolvidas no complexo e no porto que recebe cerca de 20% do desembarque total de pescado em Cabo Verde, mas que enfrenta alguns desafios.
À imprensa após a visita, que se prolongou por pelo menos duas horas, Akamatsu mostrou-se satisfeito com o estado do complexo, que afirmou estar “bem conservado e muito limpo”. “Estou muito satisfeito com esta visita porque, como podem ver, foi instalada em 2010, mas está muito bem conservada e muito limpa”, declarou o diplomata, realçando que o Complexo de Pesca de Cova de Inglesa é um exemplo perfeito do que o Japão está a tentar fazer não apenas em C. Verde ou na África, mas em todo mundo.
“Queremos criar possibilidades para as pessoas, não apenas locais mas também internacionais. Por isso, agradeço ao MM por esta visita e pelos esforços desenvolvidos pelos colaboradores e pelo Governo, que mantiveram esta cooperação viva. Este não é o fim”, frisou, sem no entanto avançar qualquer projeto em concreto. “Estamos a discutir. Esta é uma das razões pelas quais vim à S. Vicente, para dialogar com o ministro. Sabemos qual é o caminho para a expansão desta cooperação”, desconversou.
Do lado do Governo, Jorge Santos explicou que Cabo Verde beneficiou de vários projectos de cooperação com o Japão, nomeadamente de equipamentos, apoio às comunidades de pescas e construção do CPCI. E, neste momento, discutir a possibilidade de novos projectos, sendo prioritário a construção de um complexo de pesca na ilha de Santiago. “Já estamos no limite no Porto da Praia, mas também perspectivamos um complexo para Boa Vista. Estamos a discutir a possibilidade de conseguir apoios também para as comunidades piscatórias, criando bases para a transição da pesca artesanal para semi-industrial e industrial. E o CPCI é um exemplo desta boa cooperação.”
A nível do CPCI, J. Santos garantiu que o projecto está completo e funcional como base logística de pesca, que se completa com a do Porto Grande visitado também pela comitiva japonesa. Em fase de consolidação, falta ao complexo apenas a instalação de energia solar, assunto em pauta com os atuais gestores. “As câmaras de frio estão a funcionar e os pescadores estão a estocar o seu peixe. Temos neste momento um problema de assoreamento deste porto, mas a Enapor já tem um programa para resolver este constrangimento e permitir o atracamento aqui de embarcações com maior calado. Neste momento, os navios ficam em alto mar e entram aqui apenas para fazer a descarga”, especificou o governante.
Concluída a visita à ilha de S. Vicente, a delegação seguiu para a capital, onde recebe os jornalistas esta manhã na embaixada, segue-se uma visita de cortesia ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, assina um novo acordo financeiro não reembolsável de “Ajuda Alimentar” e inaugura o projecto “Melhoria do Sistema de Água e Esgoto de Santiago”, financiado com recurso à um empréstimo japonês, de entre outras ações.
O estabelecimento de relações diplomáticas entre Cabo Verde e Japão aconteceu seis dias após a independência nacional e tem-se desenvolvido nas esferas política, económica e cultural. Concretamente, o apoio do Japão abarca os domínios da pesca, economia azul, segurança alimentar, educação, prevenção de catástrofes, infra-estruturas, água, energia, saúde e saneamento, mulheres, cultura e desporto.
