Dora Pires considerou esta manhã que S. Vicente voltou a fazer história no contexto político nacional com base no acórdão do Tribunal Constitucional, que chumbou os dois pedidos de impugnação da Mesa da AMSV metidos pelo MpD e o jurista Armindo Gomes. Segundo a presidente da AMSV, a decisão do TC veio demonstrar que, afinal, a coligação entre os eleitos da UCID, PAICV e Más Soncent – que votaram numa lista liderada pela sua pessoa para presidir a assembleia municipal – não foi um “assalto ao poder”, como apelidaram os eleitos do MpD, mas sim um acto legal e democrático.
“Pode-se dizer que se fez história em S. Vicente e Cabo Verde. A partir de agora nada será igual. Hoje temos uma assembleia pluripartidária ao servico desta ilha, tal como foi a vontade do povo nas urnas”, alega Dora Pires, que aproveitou a embalagem para convidar todos aqueles que “cruxificaram” e apelidaram os protagonistas dos partidos da coligação de “assaltantes” para virem agora juntar as mãos e trabalhar por S. Vicente.
Segundo Dora Pires, a AMSV quer ter um relacionamento institucional com o presidente Augusto Neves de cordialidade. Avançou que os elementos da Mesa pediram um encontro com o edil, mas foi negado verbalmente. Garante que vai voltar a endereçar o pedido para se encontrar com Neves. Enquanto presidente da AMSV, Dora Pires assegura que vai pugnar pela imparcialidade e exercer com rigor o controlo dos actos da Câmara de S. Vicente. Deixou claro que esse órgão não vai funcionar a reboque dos caprichos da CMSV, pelo contrário vai ter como bandeira o respeito pelas leis.
“Iremos evitar a venda do património da ilha e os empréstimos desnecessários porque S. Vicente precisa de outra direção“, diz Dora Pires, lembrando que o município precisa aprovar os seus instrumentos de gestão até 31 de janeiro. Por esta razão diz esperar que a situação na CMSV – isto é a distribuição dos pelouros – seja resolvida o quanto antes.
“O Presidente terá de enviar a lista dos vereadores e o Orçamento para podermos marcar a conferência dos representantes e a primeira sessão da assembleia“, frisa Dora Pires, que decidiu oferecer a sua gratificação como presidente da AMSV a três estudantes universitários carenciados: dois da UniCV e um da UniMindelo. Um pedido dos filhos, que a incentivaram a ajudar sem saber a quem.