Dia Mundial da População: Relatório alerta sobre crise global de fertilidade por causa de pressões económicas 

O relatório anual sobre o estado da população mundial realizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em conjunto com a empresa líder internacional de pesquisa de mercado YouGov, revela uma redução expressiva das taxas de nascimentos em todo o mundo. E aponta como principais razões pressões económicas que levam os jovens e adultos a hesitar ter filhos, persistente desigualdade de género e incerteza quanto ao futuro. 

De acordo com o documento enviado à imprensa por ocasião das celebrações do Dia Mundial da População, cujo lema escolhido este ano é “capacitar os jovens para criarem as famílias que desejam num mundo justo e cheio de esperança”, os declínios da fertilidade estão a fazer manchetes, sendo as mulheres na maioria das vezes culpadas por estas alterações demográficas. “Alguns governos estão a tomar medidas drásticas para incentivar os jovens a tomarem decisões de fertilidade de acordo com os objectivos nacionais. Porém, a verdadeira crise é que a decisão reprodutiva mais consequente que um ser humano pode tomar – quando, se é com quem ter um filho – está a ser minada,” lê-se no resumo. 

Em termos concretos, o relatório revela que 20% dos adultos em idade reprodutiva inquiridos não conseguirão ter o número de filhos que desejam e 39% citam as limitações financeiras como principal barreira para ter menos filhos. Outras razões para deixar de ter ou ter menos filhos são mudanças climáticas, guerra, insegurança e emprego como fatores de risco. “Cada vez mais mulheres e homens estão sensíveis à divisão desigual do trabalho doméstico como outro fator para menos gravidezes. Um em cada três adultos relatou ter experimentado uma gravidez indesejada e 25% afirmaram não se sentirem capazes de ter um filho. Já 20% dizem ter sido pressionados à paternidade ou à maternidade.”

A Diretora Executiva do FNUAP, Natália Kanen, exorta por isso os governos e decisores a ouvirem os jovens e a criarem condições que lhes permitam exercer os seus direitos, fazerem as suas próprias escolhas, criarem a família que desejam e desfrutarem de um futuro de esperança”. A pesquisa foi realizada em 14 países – África do Sul, Alemanha, Coreia do Sul, Brasil, Estados Unidos, Itália, Hungria, México, Índia, Indonésia, Marrocos, Nigéria, Suécia e Tailândia -, que representam 37% da população global. Foram entrevistadas 14.256 pessoas com mais de 18 anos e até 88.

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