O deputado João do Carmo afirmou esta manhã que o PAICV é contra a realização de eleições intercalares como forma de resolução do diferendo político instalado na Câmara de S. Vicente desde o início do mandato. À saída de um encontro com o edil Augusto Neves, acompanhado da colega Josina Freitas, o parlamentar enfatizou que o partido da estrela negra quer colaborar na procura de uma plataforma de entendimento na CMSV e que transmitiu essa mensagem ao autarca.
Segundo João do Carmo, o PAICV defende o cumprimento de mandatos e lembrou que o eleitor votou maioritariamente MpD, mas acabou também por escolher uma câmara tripartida. Deste modo, prossegue, cabe ao MpD, PAICV e UCID chegarem a entendimento. Aliás, a seu ver, estes partidos são obrigados a tal. “S. Vicente não pode perder com esta instabilidade e estamos mais uma vez a trazer a nossa voz e a dizer que somos a favor do funcionamento pleno da Câmara Municipal. Da parte do PAICV faremos tudo para que as coisas se resolvam”, assegurou do Carmo.
Pedido para especificar o que significa esse “tudo”, quando não há sinais de melhorias no horizonte, o deputado enfatizou que tem havido um esforço para se fazer a ponte a nível regional e nacional no sentido de os vereadores eleitos pelo PAICV encontrarem uma via de entendimento com o autarca.
Questionado se isso significa que, na óptica do PAICV, os vereadores devem aceitar as deliberações saídas da polémica reunião camarária do dia 2 de janeiro – que está na base do reacender da polémica relação entre Augusto Neves e a oposição – João do Carmo preferiu sair pela tangente. Evitando responder directamente a essa questão, preferiu dizer que o PAICV defende outro princípio sagrado segundo o qual o eleito é livre para cumprir com toda a liberdade o seu mandato. E, a seu ver, as posturas defendidas pelo PAICV em relação à CMSV não entram em choque.
Por outras palavras, a decisão parece estar mais nas mãos de Albertino Graça e Celeste da Paz do que nas directivas do partido. Porém, João do Carmo, perante a insistência dos jornalistas, assegurou haver uma sintonia entre o partido e os vereadores sobre a questão na CMSV, mais precisamente no esforço de resolução do diferendo.