O Delegado de Saúde Elísio Silva foi o primeiro profissional vacinado em S. Vicente com a Pfizer, acto testemunhado pelo Ministro da Administração Interna, Paulo Rocha. Para a imprensa, Elísio Silva mostrou-se tranquilo e destacou o facto de ter sido um pai, mais uma “pessoa da linha da frente” no combate à Covid-19 e um profissional da Saúde a ser vacinado.
“Os primeiros que estão a ser vacinados são os profissionais de Saúde e tive o privilégio de ser o primeiro. Vamos receber duas doses, o primeiro hoje e o segundo dentro de 21 dias. É uma sensação normal e, felizmente, não senti nada. Sinto-me um pai vacinado e uma pessoa a mais no país”, declarou, realçando o facto de uma única vacina contemplar seis pessoas.
Silva disse que Cabo Verde pretende vacinar 70% da sua população, número que permite garantir que o país vai ficar livre da pandemia. No caso de São Vicente, disse, nos dois primeiros dias será abrangido todo o pessoal da atenção primária na delegacia e em todos os Centros de Saúde da ilha. No Hospital Dr. Baptista de Sousa, a vacinação vai se prolongar por quatro dias e contemplar médicos, enfermeiros, assistentes sociais e serviços gerais.
Uma vacina para seis pessoas
“Foi feita uma divisão de pessoas por vacina que serão abrangias de hoje até segunda-feira, tendo em conta que trabalham por turno. Nesta primeira fase, vamos vacinar 150 profissionais, mas já temos preparado outros 150 que serão vacinados na segunda. Entendemos que todos os profissionais do HBS estão na linha da frente porque trabalham com doentes internados.”
Já a DS tem à sua disposição 108 doses da vacina e vai inocular todos os profissionais que trabalham nos aeroportos e as equipas do gabinete de crise que estão sempre em contacto com os doentes em casa. “Em cada Centro de Saúde temos uma equipa constituída por médico, enfermeiro, assistente social e psicólogo, que trabalha com pessoas positivas e os contactos. Vamos contemplar 55% de funcionários da DS, incluindo os contratados que trabalham com as pessoas em isolamento e as que trabalham na realização de testes rápidos e PCR’s.”
Elísio Silva mostra-se particularmente satisfeito com a diminuição dos casos de Covid-19 nos últimos dias, no término do estado de calamidade e a consequente passagem para o de contingência. Mesmo assim, deixou um forte apelo às pessoas para que mantenham as indicações sanitárias. “Pedimos as pessoas para manterem o distanciamento social, para não realizarem festas para não contaminarem os amigos. Mas também para continuarem a usar máscara e a lavar as mãos. A população não pode relaxar-se agora. Temos de cumprir as medidas com mais força para se poder manter e lutar para eliminar o vírus de São Vicente”.
O delegado de Saúde de SV admite que o aproximar da campanha eleitoral para as Legislativas poderá acarretar risco de aumento dos casos. Acredita, no entanto, que serão anunciadas em breve medidas a nível nacional para evitar a aglomeração das pessoas como aconteceu nas autárquicas, lembrando que estamos em pandemia e todos os cuidados são poucos.
Elísio Silva mostra-se também satisfeito com a confirmação pela Agência Europeia de Medicamento que a vacina da AstraZeneca é viável, lembrando que esta é também indicada pela Organização Mundial da Saúde e é mais uma forma de alargar a cobertura a nível nacional.
O ministro da Administração Interna afirmou por sua vez que o início da vacinação em São Vicente é um momento muito importante e, por isso, assinalado com muita confiança e de olhos postos no futuro, depois de tudo o que Cabo Verde, e particularmente SV, tem passado. “Somos os protagonistas da nossa história. Estamos a dar um passo importante, começando pelos profissionais de Saúde, mas que irá se estender a todos.”
Paulo Rocha destacou ainda a importância do estado de calamidade, que terminou desde as zero horas de hoje, na contenção e abrandamento do ritmo de transmissão do vírus em São Vicente. Este lembrou que o ritmo de transmissão abrandou graças as medidas implementadas.
“Desde a meia-noite, São Vicente passa a estar em situação de contingência da Proteção Civil. Mas, apesar disso, devemos manter-nos vigilantes para que esta excelente situação epidemiológica se mantenha e que consigamos, por um lado, salvaguardar o sistema de saúde e a vida das pessoas e, por outro, não sobrecarregar os profissionais”, enfatiza o governante.