Os advogados de Alex Saab estão satisfeitos com a mudança da medida de coação aplicada ao empresário colombiano pelo Tribunal da Relação de Barlavento – que passou de prisão preventiva para domiciliária -, mas continuam focados em impedir a extradição do suspeito para os Estados Unidos, onde, a acontecer, será julgado por oito crimes de lavagem de capitais. Em comunicado enviado ao Mindelinsite pela defesa, Baltasar Garzón realça que a medida ora aplicada a Saab deveria ter ocorrido há mais tempo, no espeito pela decisão do Tribunal da CEDEAO, mas que irão continuar a apelar e a exigir que a inviolabilidade do agente diplomático seja respeitado.
A intenção é que o pedido de extradição de Saab para a América seja rejeitado porque, na perspectiva da defesa, obedece a uma “clara perseguição política” da parte dos Estados Unidos contra o Governo da Venezuela.
“Esta resposta do Tribunal de Barlavento, acrescentada à dada pela da CEDEAO, destaca as más práticas que tem sido desenvolvidas pelo Governo de Cabo Verde desde o momento da detenção de Alex Saab, motivadas pela pressão que os Estados Unidos da América estão a exercer sobre o pais”, entende a defesa, lembrando que dentro de dias terá lugar a principal audiência da CEDEAO onde será dedicidida a questão de fundo levantada pelos advogados, “que não e outra senão a imunidade e inviolabilidade diplomáticas de Alex Saab”.
Além de Baltasar Garzón, os juristas José Manuel Monteiro e Rutsel Silvestre saudaram a decisao do Tribunal da Relação de Barlavento e com o facto de o Procurador-Geral da República ter concordado com os argumentos da defesa, segundo os quais o tempo de prisão preventiva expirou. Por outro lado lembram que o detido encontra-se doente e que o Tribunal da CEDEAO já havia determinado em Dezembro a prisão domiciliária de Saab, que foi preso na ilha do Sal a 12 de Junho a pedido dos Estados Unidos. Um caso com contornos judiciais, políticas e diplomáticas, que coloca Cabo Verde no meio de um contencioso entre os Estados Unidos e a Venezuela.