CMSV contradiz M. do Mar e confirma existência de um projecto municipal de requalificação do mercado de peixe 

 Vereador do Património, Rodrigo Rendall, fala em ruídos de comunicação com MM

 

A Câmara de São Vicente refuta as declarações feitas pelo ministro do Mar, Jorge Santos, que negou categoricamente a existência de um projecto de requalificação do mercado de peixe de S. Vicente. Rodrigo Rendall confirma que existe um “projecto municipal” elaborado pela CMSV e orçado em 39 mil contos. Este garantiu ainda que as obras iniciaram com recursos próprios da edilidade, mas foram interrompidas porque surgiu a possibilidade de uma requalificação mais abrangente, apoiada pelo Banco Mundial.

De acordo com este autarca, o projecto municipal do mercado de peixe elaborado pela CMSV era menor e preconizava uma pequena requalificação. “Iniciamos os trabalhos com recursos próprios e com apoio do Fundo de Turismo. O objetivo era melhorar as bancadas e adquirir equipamentos novos, o que foi feito. Nós sempre procuramos requalificar o espaço. Mas tivemos de parar no momento em que surgiu a possibilidade de financiamento com o BM, ainda na altura do ministro Paulo Veiga e posteriormente com o Abraão Vicente, valores que Câmara de S. Vicente não tem a possibilidade de disponibilizar .”

Para dissipar qualquer dúvida em relação ao projeto e certos “ruídos”, Rodrigo Rendall deixou claro que a CMSV não aplicou verbas “elevadíssimas” no mercado. Diz, entretanto, estar “totalmente” satisfeito com o projecto atual, que é mais ambicioso e que se enquadra na requalificação de toda a orla marítima. “Queremos criar todas as sinergias para que este projecto possa ser materializado dentro do prazo. Neste sentido, tivemos ontem uma reunião com o MM, onde ficou claro que o objectivo primordial é o reassentamento das peixeiras no espaço provisório até a conclusão das obras do novo mercado.” 

Instado a clarificar os montantes gastos nas obras realizadas pela CMSV, este confirmou que rondaram os 3-4 mil contos, mas deixou claro que nem tudo vai ser demolido. Rendall optou por desafiar as pessoas a fixarem-se nos aspectos positivos, realçando que era uma necessidade avançar com as obras na altura. “Agora vamos ter um novo mercado, com todas as valências. E temos de estar satisfeitos”, frisou, justificando que as “coisas” surgem no momento certo. “Nós avançamos porque a responsabilidade do mercado é da Câmara.” 

Mercado provisório 

A partir de agora, disse, todas as atenções vão ser canalizadas para a montagem do novo reassentamento, sobretudo tendo em conta as notícias de que o concurso vai ser lançado dentro de dias. Quanto às informações avançadas pelo ex-presidente da APESC, o vereador negou taxativamente que as obras tenham sido financiadas com recursos provenientes do Fundo Autónomo de Pescas. “As contas estão na CMSV. A APESC deveria ir atrás de informações concretas. Todos os valores que foram aplicados estão especificados. Iniciamos as obras e paramos. Mas era uma obra a ser concretizada de forma faseada, por isso ocupamos apenas metade do mercado”, pontuou, justificando o incumprimento do prazo para conclusão da obra com o início das negociações com o BM.

O vereador do Património terminou dizendo que a CMSV está disponível para apresentar as contas daquilo que foi investido no mercado e garantiu que estas já foram auditadas pelo Tribunal de Contas.

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