Classe docente volta à rua em S. Vicente e anuncia nova manifestação para o dia 23 de abril

A classe docente voltou a sair à rua na cidade do Mindelo e anunciou, através do sindicato Sindep, uma nova manifestação para o dia 23 de abril. Nesta data, segundo Nelson Cardoso, os professores vão protestar vestidos de preto porque estão a se sentir órfãos, abandonados pelo ministro da Educação. O dirigente sindical fez questão de lembrar que o governante é também defensor dos direitos desses educadores, e não deve preocupar-se apenas com os alunos e as infraestruturas do ensino.

Com um discurso incisivo, Nelson Cardoso disse, no decurso deste protesto de carácter nacional, que o ministro Amadeu Cruz deve um pedido de desculpas aos professores e ao sindicato. Nas suas palavras, o governante não pode estar a tentar dividir a classe e enganar os docentes dizendo que não está a fazer a reclassificação devido aos Estatutos. “São os Estatutos que nos dão o direito de estarmos na rua, sr. ministro!”, salientou o dirigente regional do Sindep.

Na perspectiva do sindicalista, Amadeu Cruz tem estado a perder a confiança dos professores por dizer uma coisa e fazer outra. “Até um cronograma de resolução das pendências que prometeu enviar no dia 15 de março não cumpriu”, elucidou Cabral, tendo acrescentado que foi marcado um encontro de conciliação entre as partes na passada sexta-feira, com a mediação da Direção-Geral do Trabalho, mas o ministro preferiu enviar representantes… “e sem nada na mão”.

Nelson Cardoso entende que o ministro da Educação tem estado a brincar com a paciência dos professores e a testar o grau de tolerância dos mesmos. Isto porque assumiu compromissos e até agora resolveu publicar uma lista de reclassificação no dia 10 de março, que já tinha enviado às delegações em novembro. Além disso, comentou a promessa do executivo de resolver todos os pendentes dos professores até 2023. Segundo Cardoso, se isso acontecer, o Orçamento de Estado de 2023 será transformado num orçamento dos professores, visto que falta pagar as reclassificações de 2017 a 2021, horas extras e subsídios pela não redução da carga horária.

Insatisfeitos com as falhas do ministério da Educação, os professores prometem continuar a luta até que as pendências sejam resolvidas. E já agendaram uma manifestação para o dia 23 de abril, trajados de preto.

Sair da versão mobile