Estão em quarentena obrigatória em Cabo Verde neste momento 298 pessoas, das quais 291 na cidade da Praia, resultantes dos casos positivos e das amostras em investigação, revelou o Director Nacional de Saúde, que anunciou ainda mais seis casos suspeitos, sendo quatro na Boa Vista e dois em Santa Catarina.
Em conferência de imprensa, Artur Correia voltou a referir as 60 amostras constantes do comunicado divulgado na manhã deste sábado, onde se ficou a saber que a ilha de Santiago regista mais dois casos positivos, um na Praia outro no Tarrafal. Destas 60 amostras, 19 são da Praia, quadro da Cidade Velha e 20 da Boa Vista. Portanto, 58 deram resultado negativo. “No Tarrafal de Santiago foram analisadas sete amostras, com um teste positivo. Temos neste momento um total de 206 amostras pendentes cujos resultados possivelmente serão conhecidos amanhã. Desses, 141 são da Boa Vista e 54 da Praia”, frisou.
Em quarentena domiciliar estão 93 pessoas, repartidas por vários concelhos, com destaque para Tarrafal decorrente da investigação que está sendo feita a partir dos dois casos confirmados, e em Santa Catarina, também resultante da investigação e sobre os contactos dos casos positivos.
Correia lembrou ainda que o estado de emergência está a aproximar do seu fim, mas realçou que este não eliminou o vírus, que vai continuar no país. Garantiu, no entanto, que é possível tirar proveito dos ganhos conseguidos com o estado de emergência que, afirma, permitiu que houvesse um abrandamento no número de casos diagnosticados e que as estruturas de saude não fossem sufocadas. “Não houve em nenhuma ilha uma invasão às estruturas de saúde, como tem acontecido lá fora. O EE contribuiu grandemente para que isso fosse possível, aliado a uma grande participação da população, que também obedeceu a recomendação de confinamento domiciliar, salvo excepções.”
Este deixou em aberto a possibilidade de surgir novos casos, mas prometeu todo o empenho das estruturas de saúde para que estes não cheguem às ilhas onde não há nenhum caso. No entanto, se isso vier a acontecer, promete trabalhar, em colaboração com a população destas ilhas, para conter o vírus, à semelhança daquilo que vem acontecendo nos mais de 30 dias de covid-19 em Cabo Verde.
Término do Estado de Emergência
A presidente do Instituto da Saúde Pública aproveitou para repetir as medidas preventivas para combater o coronavírus, com maior acuidade o distanciamento social, nesta altura em que algumas ilhas vão sair do estado de emergência. Segundo Maria da Luz, o distanciamento social vai se tornar agora muito mais importante. Quanto ao uso de máscaras, principalmente agora que o Primeiro-ministro falou da sua massificação, esta responsável alertou que a prioridade das máscaras médicas continua a ser para os profissionais de saúde, casos suspeitos, contaminados e cuidadores.
“As máscaras não médicas ou caseiras continuam a não ser recomendadas porque não sabemos como foram feitas. Há todo um procedimento para se confeccionar uma máscara. Por exemplo, ela precisa ter duas camadas e feita de um tecido resistente. São características que a Entidade Reguladora de certeza irá se pronunciar em breve, mas convém lembrar que as máscaras devem ser individuais, mesmo de fabrico artesanal. Podem ser reutilizáveis, desde que bem lavadas com água e sabão e passadas a ferro”, detalhou.
Confessou que, neste momento de confinamento domiciliar pode haver algum cansaço ou stresse, pelo que é bom arranjar alternativas. De acordo com Maria da Luz, o convívio em família é bom, respeitando o distanciamento, mas há outras actividades que podem ser realizadas para se desestressar e que permitem encarar melhor esta epidemia e evitar a vontade de sair e andar na rua. “Cada pessoa que deparamos é um potencial infectante porque não sabemos se ela tem o vírus ou não”, concluiu.