O jovem Carlos Santos continua a regar o sonho de ser Presidente da República de Cabo Verde, formalizando uma candidatura quando atingir a idade legal para o efeito. Desde 2016, ainda antes de completar 18 anos, que fala nesse projecto político, ele que sequer é militante de nenhum dos partidos existentes no país.
“O sonho continua vivo. Em 2016 equacionei este plano, mas, decorridos estes anos, entendo que devo criar uma estabilidade sólida para poder avançar”, diz este estudante universitário residente em Portugal, onde está a concluir o Mestrado em Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos, no Porto.
Carlos Santos justifica essa ambição com a necessidade de os jovens conquistarem o seu espaço próprio na política. Na sua opinião, a forma como a juventude cabo-verdiana tem sido afastada dos projectos políticos está patente na taxa de abstenção nas eleições. “E a abstenção é mais evidente nas ilhas de S. Vicente e de Santiago, onde reside a maior dos jovens em Cabo Verde. Revelam com a abstenção a falta de interesse na política e isso não é salutar para o futuro do país”, considera Carlos Santos, 24 anos. Este jovem, que costuma fazer planos ousados de longo prazo, acha que a sua atitude poderia incentivar a juventude cabo-verdiana a se envolver na política, mas para dar um rumo diferente ao status quo.
Carlos Santos, que ganhou o gosto pelo associativismo desportivo quando ainda fazia o ensino secundário em S. Vicente, é hoje um activista dinâmico no campo universitário em Portugal. Já esteve ligado ao desporto universitário, integrou o Erasmus Student Network e hoje é um dos vice-presidentes da Federação Académica do Desporto Universitário de Portugal, a mesma entidade que organizou o torneio de kickboxing vencido pelo atleta cabo-verdiano Luiz Alexandre.Segundo Santos, a FADU é o organismo que organiza tudo o que diz respeito ao desporto universitário em Portugal. As principais vertentes de actuação são ao nível das provas internas, europeias e mundiais. Ainda essa entidade está ligada ao segmento de desporto para todos, o desporto informal…
Carlos Santos diz que foi convidado para integrar a FADU, mas ainda não sabe explicar ao certo o motivo que o leva a gostar do activismo. “Talvez a vontade de dar o meu contributo para as coisas acontecerem da melhor forma!” Tem, no entanto, a plena certeza que tudo começou quando ainda era estudante do liceu José Augusto Pinto, na cidade do Mindelo.