Carlos Araújo lidera nova associação cívica vocacionada para defender a autonomia das ilhas

O activista social Carlos Araújo assumiu hoje a sua disponibilidade em liderar a luta pela autonomia das ilhas, em particular de S. Vicente, mas com o apoio do povo mindelense. Essa batalha, pelo que deixou entender, terá por base a Associação para a Implementação da Autonomia (APIA), criada em agosto na cidade do Mindelo, mas que ainda aguarda a sua legalização.

Em conferência de imprensa, Araújo afirmou que quer ser o fio condutor do projecto de autonomia, mas trilhar esse caminho com a ajuda de tudo e de todos. Inclusive espera contar com o envolvimento dos actuais governantes, pois, a seu ver, estes devem ter o bom-senso de entender que o caminho a seguir é a autonomia.

“É preciso ter a consciência de algo muito simples: o que está errado em Cabo Verde não são os governantes. É um erro pensar que eles não ligam para Cabo Verde. O que está errado é o tipo de organização do país, que foi mal pensado desde o início”, comenta esse activista, para quem o sistema implementado não concebeu a ideia de que o mar não separa as ilhas, mas sim individualiza cada pedaço do território nacional. “Cada ilha é em si um indivíduo com direito a um voto.”

Segundo Araújo, o movimento que encabeça engloba várias pessoas, que defendem uma ideia de autonomia diferente. Por exemplo, que à frente das Câmaras deve estar um administrador de carreira – e não um político. Nesta senda, espera obter resultados concretos em três anos, pelo menos levar a que as suas ideias sejam debatidas a nível nacional. E neste processo diz contar com o empurrão do povo de S. Vicente, gente extraordinária que, diz, sente tanta vergonha do que se passa na ilha e em Cabo Verde que acabou por se fechar em concha.

Um dos planos da associação é apresentar uma candidatura à Câmara de S. Vicente. No entanto, Araújo deixa claro que ele jamais será esse candidato. Assegura que há muita gente interessada em assumir esse tipo de projecto político.

Sair da versão mobile