A cabo-verdiana Mónica Semedo, filha de imigrantes no Luxemburgo, conquistou um assento no Parlamento europeu, com mais de 50 mil votos (50.890). A antiga apresentadora da RTL (Rádio e Televisão de Luxemburgo) foi eleita pelo DP, partido no poder em Luxemburgo e que duplicou o número de eurodeputados, e foi a quarta candidata mais votada no país.
Segundo o jornal Contacto, na festa do DP numa discoteca no Luxemburgo, Mónica estava eufórica. “É uma grande honra poder representar os interesses do Luxemburgo em Bruxelas e em Estrasburgo”, disse, para acrescentar logo de seguida. “E sendo filha de imigrantes cabo-verdianos, recordo-me que os meus pais tiveram de deixar a família, os amigos e a pátria aos 25 anos para virem para um país que não conheciam, com outro clima e com muito poucos imigrantes africanos. O Luxemburgo acolheu os meus pais com um grande coração e deu uma oportunidade tanto aos meus pais como aos seus filhos, que puderam estudar, licenciar-se e ter uma vida mais fácil.É por isso que eu adoro o Luxemburgo, e é o país mais europeísta que existe”, celebrava.
Com 21,44% dos votos, o partido de Xavier Bettel foi o mais votado nestas eleições europeias. O DP conquista dois mandatos, mais um que nas anteriores eleições, em 2014. Reelegeu Charles Goerens (o candidato mais votado a nível nacional) e elegeu ainda Monica Semedo.
O CSV, cuja cabeça de lista é a lusodescendente Isabel Lima, obteve 21,1%, perdendo um dos três eurodeputados. Os Verdes (Déi Gréng) são a terceira força política, com 18,91% (mais 3,9 pontos percentuais que nas últimas eleições), ficando com um eurodeputado, tal como em 2014. Os socialistas ficaram atrás dos ecologistas. O LSAP conquista 12,9% do eleitorado (+0,44), mantendo um eurodeputado. A nova distribuição de assentos dá dois eurodeputados ao DP (Charles Goerens e Mónica Semedo), dois para o CSV (Isabel Wiseler-Lima e Christophe Hansen), um para os Verdes (Tilly Metz) e outro para os socialistas (o antigo ministro do Trabalho Nicolas Schmit).
Nenhum dos restantes seis partidos conseguiu a eleição de eurodeputados. O ADR, o partido mais à direita no espectro político luxemburguês, conhecido pelas suas posições contra os imigrantes, subiu 2,51 pontos percentuais, chegando aos 10,04%, mas sem eleger nenhum deputado. O Pirata teve 7,7%, mais 3,47 pontos percentuais que nas últimas eleições. E ficou à frente do Déi Lénk (A Esquerda), que baixou 0,93 pontos percentuais, ficando com 4,83%.
Segue-se o movimento pan-europeu Volt, com 2,11% dos votos. Os comunistas (KPL) não foram além dos 1,14%. A fechar a lista, vêm os Konservativ, um partido formado por um dissidente do ADR, Joe Thein, com posições anti-estrangeiros. Não foram além de 0,53% dos votos.
C/Contacto