O Director Nacional da Saúde preveniu hoje os cabo-verdianos para ficarem doravante mais habituados às notícias sobre o número de casos suspeitos de Covid-19 em Cabo Verde. Segundo Artur Correia, agora que não há entrada de eventuais portadores do vírus do exterior, as autoridades sanitárias vão focar a sua bateria na detecção precoce de pessoas provavelmente infectadas dentro do país. Correia fez esse sublinhado hoje à tarde na habitual conferência de imprensa, tendo anunciado que há neste momento mais oito pessoas suspeitas de infecção, sendo cinco na Boa Vista, duas em S. Vicente e uma em S. Nicolau.
Sendo mais específico, Correia esclareceu que as duas pessoas seguidas na cidade do Mindelo são um profissional de saúde e um utente, a de S. Nicolau é uma criança e as da Boa Vista são pessoas que continuam de quarentena num hotel.
“A boa nova é que 292 pessoas que estavam de quarentena obrigatória em hotéis na Praia e no Sal já saíram do regime. Constatamos que nenhuma delas apresentou qualquer sintoma condizente com a Covid-19, o que é muito satisfatório”, regozijou o médico, lembrando que o grupo era composto essencialmente por pessoas que regressaram de Portugal, França, Estados Unidos e Brasil, países que têm estado a debater com a proliferação do coronavírus. No entanto, continuam de quarentena na ilha do Sal indivíduos que viajaram da cidade da Praia, enquanto que na Capital ficaram sob vigilância técnicos e outras pessoas regressados da Boa Vista.
Até hoje, salienta Artur Correia, as autoridades sanitárias fizeram cerca de 100 testes, que detectaram sete casos positivos para Covid-19. Destes, quatro infectados vieram do exterior e os restantes parecem ter uma ligação directa com casos também importados. No entanto falta apurar com certeza científica a fonte de contaminação da cidadã chinesa internada no hospital central de S. Vicente.
Segundo o DNS, o estado de saúde da chinesa, assim como das pessoas internadas na Boa Vista e na Praia é bastante satisfatório. Aliás, um dos infectados na Capital já recebeu alta, após dois testes consecutivos negativos, pelo que já só resta uma pessoa internada.
Resta agora aguardar o trabalho da equipa técnica coordenada pela ERIS – Entidade Reguladora da Saúde – que vai apurar até que ponto houve falhas no atendimento à paciente chinesa de 56 anos, que se tornou na primeira pessoa positiva em S. Vicente. Segundo Artur Correia, é preciso aguardar pelo relatório para se saber se houve erros no atendimento tanto na clínica privada Medicentro como no hospital Baptista de Sousa e corrigi-los, se for necessário.
KzB