O candidato da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) à presidência da Câmara de São Vicente promete colocar os números em cima da mesa e exigir do Governo aquilo a que São Vicente tem direito. ‘São Vicente não pode contribuir com 34% do PIB nacional e receber menos de 1% de retorno dessa mesma riqueza”, declarou António Monteiro, para quem está-se perante uma grande injustiça social, financeira e um roubo aos bolsos dos contribuintes sanvicentinos.
Monteiro, que concorre pela sexta vez consecutiva à liderança dos Paços do Concelho na Pracinha de Igreja, deixou claro que não é por teimosia, capricho ou sonho que está nesta luta. Quer, antes de mais, dar continuidade a São Vicente e às gentes, e transformar esta ilha para melhor servir o seu povo. ‘Há 16 anos temos uma câmara liderada por um cidadão com sintomas militaristas – não confundir com militar – a gerir como se fosse algo seu. Não queremos esta forma de gerir’, acusou.
Por isso, afirmou, continuou a colocar a sua capacidade, inteligência, alma e coração ao serviço desta ilha, que por seu potencial, devia estar mais avançado. Mas, infelizmente, tem tido azar, quer a nível do Poder Central, como do Poder Local, nos últimos anos. E é com números que Monteiro mostra o desaire na gestão da ilha. ‘São Vicente tem um volume de negócio de 120 milhões de contos. Tem 3 mil empresas.Santiago tem um volume de negócio de 138 milhões de contos e 8.500 empresas. No entanto, a diferença em termos de volume de negócios é de 18 milhões de contos. Como é possível a ilha dar um contributo de 120 milhões de contos e São Vicente receber só 361 mil contos por ano?’.
Tudo isso perante o silêncio do presidente da CMSV que, para agravar ainda mais a situação, tem ligações duvidosas que põem em risco o futuro da ilha. ‘Esta é uma luta para servir S. Vicente. Não é uma luta para servir a UCID, clã ou clube de amigos. É uma luta para dar a Mindelo, para dar a ilha de Monte Cara, um outro rumo. Um rumo onde cada cristão, cada sanvicentino, tem direito a sua gota d’ água.’
Em termos de propostas, o candidato prometeu uma atenção especial às questões sociais, investir nas geminações, estabelecer cooperação, atrair investidores por forma a gerar mais postos de trabalho e riqueza para a ilha. Igualmente, promete apostar na cultura e, de forma geral, fazer a ilha florescer. ‘Queremos trabalhar com qualquer que seja o partido no Governo para fazer de São Vicente uma ilha forte, a metrópole de Cabo Verde.’
Antes, a palavra foi da candidata à Assembleia Municipal, Zilda Oliveira, para quem estas eleições são uma luta pela melhoria da qualidade de vida das gentes de São Vicente. ‘A UCID, enquanto partido de inspiração cristã, tem as pessoas na sua centralidade. Lutamos pelo progresso humano. São Vicente e os sanvicentinos clamam por progresso e o progresso é impossível sem mudança. ‘
Caso seja eleita, Zilda Oliveira promete exercer o mandato com zelo e responsabilidade, pautado por valores éticos de igualdade, de imparcialidade e de justiça social. ‘Este será o nosso compromisso com São Vicente.E o apelo que nós fazemos a São Vicente neste momento é que escolham a mudança.’