A Universidade Federal de Pernambuco inicia hoje um amplo evento internacional via internet enquadrado no programa de ensino à distância do seu departamento de antropologia e museologia, sob proposta e organização do antropólogo cabo-verdiano Alcides Lopes. Trata-se, segundo Tchida Afrikanu – como é conhecido – de uma aula virtual que vai envolver historiadores, antropólogos, etnomusicólogos e jornalistas do Brasil, Estados Unidos, Portugal e de Cabo Verde, que será transmitida através da plataforma digital do LEC/Observamus, PPGA-UFPE.
Intitulado “Cosmopolitismos Patrimoniais e Distopias Reais nas Margens do Atlântico”, o evento começa hoje, 14, e prossegue nos dias 16 e 18 com intervenções no período da manhã. “Durante este evento trataremos das implicações atuais de teorias ainda desconhecidas, mas que circulam há já algum tempo e não se tornaram obsoletas. Antes, diríamos que seus prognósticos dificilmente erram”, enfatiza Tchida Afrikanu, referindo-se aos conceitos de Violence by Indirection (Carson, 1964); Structural Violence (Galtung 1971); e como a revisão e adequação destes conceitos contribuem para a compreensão do chamado Slow Violence cunhado por Rob Nixon, professor de Humanidades e Ambiente da Universidade de Columbia, no seu livro arrebatador Slow Violence and the Environmentalism of the Poor (2011)”, contextualiza.
Os temas, acrescenta, serão abordados em interseccionalidades, trabalhados através de três eixos duais (cidadania/urbanismo; ambiente/pobreza; saúde coletiva/tradição) e serão devidamente abordados ao longo das três sessões. Estas estão dispostas da seguinte forma: Dia 14 de junho 2021 – O Papel das Tradições de Resiliência no exercício do Direito à Cidade [Cidadania/Urbanismo]. Dia 16 – As políticas do patrimônio e o fenômeno sintomático da degradação ambiental [Ambiente/Pobreza]. Dia 18 – Património Cultural Imaterial em Tempos de Pandemia: estratégias museológicas e pedagógicas [Saúde Coletiva/Tradição].