O deputado António Monteiro considera pouco prudente associar a manifestação em prol da justiça com o aumento do preço da energia eléctrica em mais de 30 por cento, a acontecer partir do dia 1 de outubro. Falando em nome pessoal, esse político chamou a atenção para os perigos de se misturar águas e tirar o foco essencial do protesto.
“Que eu saiba o foco da manifestação é a necessidade de reforma na Justiça e um apoio incondicional ao cidadão Amadeu Oliveira e gostaria que as coisas continuassem desta forma”, comentou Monteiro, deixando claro que a UCID não vai fazer parte da organização do evento, mas que ele e outros membros do partido estarão presentes enquanto cidadãos.
Na perspectiva de António Monteiro, haverá oportunidade para a sociedade manifestar-se na rua contra o preço da electricidade, contra a insegurança e o alto consumo de drogas na ilha de S. Vicente. Por isso, voltou a alertar, se o objectivo pioneiro da manifestação for diluído, os resultados podem ser diferentes do esperado.
O líder dos democratas-cristãos fez esta análise instado pelo Mindelinsite a comentar uma notícia publicada por este jornal em que Salvador Mascarenhas, presidente do movimento Sokols, deixa no ar a possibilidade de os manifestantes aproveitarem o protesto, agendado para este sábado, para contestarem o aumento do custo da energia.
A manifestação, recorde-se, deverá acontecer noutras ilhas em simultâneo e também nalguns países de acolhimento de emigrantes cabo-verdianos. Nesta senda, o Partido Popular comunicou à imprensa que vai fazer este sábado um protesto pacífico na cidade da Praia a favor da justiça e do jurista/deputado Amadeu Oliveira, detido preventivamente na cadeia de S. Vicente por ter auxiliado a fuga do acusado Arlindo Teixeira e pender sobre si queixas sobre ofensas a dois juízes do Supremo Tribunal de Justiça. A concentração será na rua pedonal de Achada de Santo António com destino à Assembleia Nacional.