O jurista Amadeu Oliveira voltou a dar sinais da sua capacidade de resistência na cadeia de S. Vicente, onde está preso preventivamente desde julho do ano passado. Ontem, na sessāo da tarde do julgamento, afirmou que a sua vida tornou-se num autêntico inferno desde que o actual director entrou em funções. Segundo Oliveira, está sujeito a medidas de controlo apertadíssimas como se fosse um tremendo terrorista.
“Estou a ser tratado como um terrorista. Sou algemado e a comida atirado para a minha cela”, ilustrou Oliveira, que dois dias antes chegou a dizer que passa muito tempo encarcerado e que precisa encostar o nariz numa brecha da porta da sua cela para poder respirar um pouco de ar. E lembrou que tem um dos pulmões incapacitado.
Perante estes dados, a juíza Circe Neves disse que essa situação precisa ser vista, ao que Oliveira deixou entender que nada iria mudar e que não queria mais falar da sua condição na penitenciária.
Já no segundo dia do julgamento, o arguido chegou a enfatizar que estava disposto a apodrecer na cadeia e até a cometer suicídio, mas que nunca iria dar-se por vencido perante um sistema que quer acusa-lo a todo o custo. “Berrarei, sofrerei e morrerei, mas nunca desistir”, declarou.
Por três vezes, Oliveira afirmou que pode cometer suicídio, se for preciso.