Alcides Graça: “Não se sabe ainda a real circulação do coronavírus em S. Vicente”

O PAICV concluiu após uma visita à Delegacia de Saúde de S. Vicente e ao hospital Baptista de Sousa que, apesar de um aparente controlo, não se sabe ainda qual a real dimensão da circulação do coronavírus na ilha de S. Vicente. Segundo Alcides Graça, a situação verdadeira só será conhecida com a massificação dos testes em todos os bairros de forma aleatória, o que irá permitir a detecção de anticorpos, logo das pessoas que tiveram contacto com o vírus. 

“Foi o que pedimos ao Delegado de Saúde, que nos informou que a partir de segunda-feira vão aplicar testes rápidos massivamente e de forma aleatória na ilha… Por outro lado, pedimos ao Delegado para ser mais rigoroso na exigência do cumprimento do protocolo sanitário nas deslocações entre as ilhas, designadamente a realização de testes PCR na origem, e não no destino”, diz o presidente da Comissão Política do PAICV na cidade do Mindelo. Este adverte que faz parte do protocolo sanitário a realização prévia do teste PCR às pessoas que vivem nas ilhas com casos activos, quando pretendem viajar para uma outra ilha. Para Graça, São Vicente tem sido vítima do desleixo no cumprimento deste requisito. “Aliás, os casos ativos em São Vicente até este momento são todos importados das outras ilhas com casos ativos.”

No tocante ao Centro de Saúde de Monte Sossego, Alcides Graça informa que ficou a saber que, afinal, não existe financiamento para o projeto, apesar da cedência do espaço da parte da CMSV em janeiro de 2017. Aliás, prossegue, o próprio Ministério da Saúde admitiu que esse centro não é uma prioridade para São Vicente. “Lamentavelmente, esta obra de grande impacto para São Vicente é mais uma promessa que vai ser gerida em função dos interesses eleitoralistas do Governo e do MPD”, conclui Graça. 

Quanto às obras de expansão do HBS, depois de algum tempo estagnadas, foram retomadas, mas, segundo essa fonte política, a um ritmo muito lento e sem data para sua conclusão. Já o Centro de Diálise de São Vicente, obra prometida para 2017, ainda está longe estar concluída, pelas informações que recolheu. O espaço físico, diz, pode ser entregue em julho, mas não há prazo para a instalação dos equipamentos. Esta situação, relembra, tem causado “muito sofrimento” aos doentes do norte do país com insuficiência renal, que foram, por isso, obrigados a fixar residência na Praia, “em condições sub-humanas”.

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