O aumento salarial atribuído ao governador e administradores do Banco de Cabo Verde foi considerado uma afronta aos cabo-verdianos por Alberto Melo, presidente da Comissão Concelhia do MpD na cidade da Praia. Através de um post no Facebook, Beta, como é conhecido, afirma que essa medida é altamente questionável e merece uma crítica dura.
“Enquanto a maioria dos cidadãos cabo-verdianos está enfrentando dificuldades económicas e lutando para sobreviver, é inaceitável que aqueles que estão no poder recebam aumentos salariais tão substanciais”, frisou o dirigente do partido no poder referindo-se ao aumento de 17 e 18,4 por cento atribuído aos membros do Conselho de Administração do banco central. Adalberto Melo enfatiza que é importante lembrar que o BCV é uma instituição pública e deve agir em benefício do povo cabo-verdiano.
Na sua perspectiva, os salários dos altos funcionários devem ser justos, razoáveis e refletir a realidade económica do país. Neste sentido, acha que a decisão de aumentar os salários em 17 e 18,4% mostra uma “desconexão preocupante” entre os líderes do banco e a população que eles deveriam servir.
“Além disso, o facto de existirem ´invisíveis´ adicionais no salário do governador, que elevam a sua remuneração total, é ainda mais perturbador. A transparência é fundamental em instituições públicas e é necessário que os cidadãos tenham conhecimento completo e detalhado dos salários e benefícios dos seus representantes”, realça Beta, que pede uma revisão imediata da decisão.
Os aumentos atribuídos ao Governador e administradores do BCV são, na sua opinião, excessivos e esbarram com a realidade social cabo-verdiana. Na sua perspectiva, em vez de se aumentar os salários dos altos funcionários, deveria haver um enfoque na melhoria das condições económicas gerais do país e na assistência aos mais necessitados.
“É responsabilidade dos líderes do Banco de Cabo Verde agir com integridade e em consonância com os interesses do povo”, entende esse representante do MpD – Praia, para quem esse aumento salarial “desproporcional” mina a confiança do público no BCV e levanta questões sobre a prioridade e os valores dos seus líderes. Deste modo defende uma revisão da medida e que haja uma prestação de contas transparente.
A partir dos Estados Unidos, o Primeiro-ministro considerou normal a “adequação salarial feita” nos vencimentos no BCV porque, enfatizou, os directores e assessores ganhavam mais que os gestores do banco central, o que, na sua ótica, não faz sentido. Reforçou que o BCV tem neste momento um sistema salarial que coloca os directores e assessores com um vencimento superior ao governador e administradores, logo esse aumento é compreensível.