Os delegados por S. Vicente ao próximo Congresso do SIACSA e um novo coordenador local serão escolhidos hoje na quinta assembleia-geral ordinária desse sindicato, que decorre desde as 9 horas na escola Salesiana. Além disso, os membros reunidos nesse encontro vão eleger os novos representantes sindicais nas empresas sediadas na cidade do Mindelo e que estão afiliadas nessa entidade.
“O SIACSA está bem posicionado em S. Vicente. Estamos presentes nas maiores fábricas, no sector da segurança privada, nas empresas Enapor e Enacol, representamos os guardas dos estabelecimentos escolares, dos funcionários de limpeza da Sonasa, no estabelecimento Chez Loutcha, no comércio e serviços…”, elenca Gilberto Lima, presidente desse sindicato, que se mostra indignado com o quadro laboral na ilha do Porto Grande.
Segundo este dirigente, há trabalhadores que têm medo de reivindicar os seus direitos por causa das represálias, mas assegura que podem contar com o apoio do SIACSA para ultrapassarem esse constrangimento. “Há empresas que desrespeitam a lei, quando, por exemplo, determinam como é que os trabalhadores gozam as suas férias, isto é fracionando esse período. As fábricas costumam falar do absentismo e decidem enviar os trabalhadores para casa de férias que são fraccionadas em 3-4 vezes. Ora a lei só permite que sejam gozadas em duas parcelas de onze dias”, salienta o sindicalista, que aproveita a ocasião para dizer às empresas multinacionais que precisam começar a respeitar a lei cabo-verdiana e a dignidade dos trabalhadores.
Nesta 5. Assembleia-geral dos trabalhadores de S. Vicente, Gilberto Lima irá anunciar a sua recandidatura ao cargo de presidente do SIACSA e sujeitar-se a mais um escrutínio interno no próximo congresso, agendado para 30 de Novembro. Como realça, já tentou deixar a função em duas ocasiões, mas esse pedido foi-lhe negado. É que, como ele próprio sublinha, há uma cláusula nos Estatutos da organização que obriga o sindicato a assumir despesas com o presidente cessante até completar os 65 anos de idade. “Alegam que o sindicato não pode suportar esse encargo pelo que tenho de ficar até completar essa idade. Falta-me mais um mandato e depois vou para casa com os meus 65 anos, sem pedir um tostão ao Governo”, frisa Gilberto Lima. Até este momento estão eleitos 78 delegados ao congresso. Falta agora escolher os representes da ilha de S. Vicente. A assembleia irá também votar o novo coordenador local, já que Jailson Aguiar terminou o seu mandato e mostra-se cansado.
