O ministro do Mar afirmou ontem que ter energias limpas para abastecer a frota naval do mundo é um excelente motivo para colocar Mindelo no coração do mundo. Abraão Vicente fez esta afirmação no seu discurso ao presidir no acto de assinatura do memorando de entendimento entre a Autoridade da Zona Económica Especial Marítima de São Vicente e a Clean Islands Energia, empresa norte-americana que pretende implementar um sistema de bunkering de combustíveis limpas na ilha.
Para o governante, a assinatura do protocolo é o primeiro passo rumo ao sucesso da implementação deste grande projecto em São Vicente, incluindo do programa da Zona Económica Especial Marítima de São Vicente, acto que foi testemunhado pelo embaixador dos Estados Unidos e instituições ligadas ao ministério do Mar. “Não voltamos ao tempo do carvão, mas voltamos ao futuro, sonhamos com o futuro, através das energias limpas, concretizando a visão de Cabo Verde como um País farol da economia azul e fazendo e concretizando aqui em São Vicente uma visão mais promissora não só para a ilha mas para Cabo Verde”, destacou Abraão Vicente.
Este aproveitou para agradecer, em nome do seu colega o Ministro Alexandre Monteiro, a aposta da empresa e do embaixador norte-americano em Cabo Verde. “Creio que temos aqui todos os ingredientes de credibilidade para que este não sejam mais mais um projecto lançado aos ventos”, enfatizou a tutela do mar, desafiando os seus pares e outras instituições e serviços no país a darem a máxima atenção aos investidores, lembrando que ter energias limpas para abastecer a frota naval do mundo é um excelente motivo para voltar a colocar Mindelo no coração do mundo.
Projecto mais ambicioso
Para o presidente do CA da ZEEM-SV este é um projecto mais ambicioso da ilha e de Cabo Verde objecto de um memorando de entendimento, pelo que aproveitou para agradecer os promotores e a empresa Clean Island Energia (CIE) pela escolha do país e fazer da ilha o seu porto seguro. “A CEI é uma sociedade de direito cabo-verdiano da qual faz parte uma equipa com longa experiência na industria marítima, desde o transporte a construção naval, o bankering, logística e comércio. Faz ainda parte do portfólio da experiência dos promotores a produção, o processamento e o armazenamento do hidrocarbonetos, a produção de energia elétrica e de energias limpas e renováveis”, disse Júlio Melício.
O responsável lembro que, desde 1938, tempos do carvão como combustível, São Vicente vem construindo uma história alicerçada no bankering, primeiro com sistemas de depósitos flutuantes, que evoluíram depois para depósitos em terra. Com o evoluir dos tempos, das tecnologias e da introdução de outros fluídos, a ilha foi perdendo a sua influencia, depois de ter sido durante a segunda guerra mundial o quarto maior porto de abastecimento à navegação no mundo. “Hoje, com este acto, pretendemos relançar as bases para reposicionar e reclamar para SV um papel importante na nova industria que se desponta, sendo um dos primeiros portos a albergar um bankering de combustíveis limpos no atlântico médio”, pontuou, realçando que este projecto, que prevê um investimento de 250 milhões de dólares, criará para Cabo Verde a possibilidade de produzir a sua própria energia a partir de combustíveis limpos e colocar país em melhor posição com os compromissos de protecção ambiental.
Já o embaixador dos EUA, Jeff Daigle, indicou que um dos principais objectivos da embaixada é fortalecer os laços comerciais e económicos entre os dois países, pelo que a assinatura do memorando representa um avanço entusiástico relação comercial. “Estou muito satisfeito que o primeiro memorando de entendimento assinado pela AZEEMSV seja com uma empresa dos Estados Unidos, e espero que o mesmo contribua para o desenvolvimento da economia azul em Cabo Verde, gere emprego e promova a diversificação económica”, declarou o diplomata.
A Clean Islands Energy pretende desenvolver, implantar e operar um terminal de combustíveis limpos na Zona Económica Especial Marítima de São Vicente, denominado Cabo Verde Clean Fuels Hub. Este responderá pelo bunkering (abastecimento) dos navios de carga, cruzeiros e outras embarcações que passarem por Cabo Verde, pelo armazenamento e transbordo de combustíveis limpos como gás natural liquefeito, amónia, hidrogénio e metanol, e ainda abastecer toda a África Ocidental.