Sobreviventes justificam “aventura” em alto mar numa piroga com pobreza e falta de emprego 

Os quatro sobreviventes que deram à costa no Calhau no domingo, numa piroga, justificam esta aventura com pobreza, falta de emprego e de condições nos seus países de origens. Mas estas e outras dados estão ainda por confirmar, de acordo com informações avançadas ao Mindelinsite pela Comandante Regional do Serviço Nacional da Proteção Civil. Encontram-se estáveis, mas continuam sob cuidados hospitalares e sem data para receberem alta. 

Vitória Veríssimo explica que as autoridades nacionais ainda estão a tentar perceber a origem dos imigrantes, tendo em conta que não têm nenhuma documentação e também os motivos que levaram estas pessoas a viajarem em condições tão precárias, colocam a sua vida em risco. “As identificações que recolhemos não são das pessoas que se encontram hospitalizadas. Inicialmente tinham dito que eram do Mali e do Senegal mas, pelas informações mais recentes, um é natural da Mauritânia, um é do Senegal e dois do Mali. Mas mesmo estas novas informações precisam ser confirmadas junto das autoridades destes países”, explica esta responsável regional da Proteção Civil. 

O mesmo acontece com os motivos avançados: pobreza, falta de emprego e difíceis condições de sobrevivência, diz a entrevistada. Isto porque, afirma, são de países diferentes. “Tudo indica que são pessoas que tentam a imigração. Também não podemos falar com certeza qual era o destino final desta aventura. Disseram que pretendiam ir para Espanha, inclusive um dos sobreviventes afirma que tem um irmão a residir naquele país. Mas, como disse anteriormente, são informações por confirmar.”  

Vitória Veríssimo mostra-se, no entanto, confiante, tendo em conta que, frisa, conseguiram um tradutor para facilitar a comunicação com os quatro sobreviventes. “Estas pessoas falam e entendem o francês muito mal. Expressam sobretudo nos dialetos locais, o que tem dificultado a comunicação. Encontramos alguns documentos de identificação, moedas e telemóveis. Mas, ao que tudo indica, pertenciam às pessoas que faleceram durante o percurso. Por isso, tudo precisa ser investigado para sabermos a origem e as verdadeiras motivações.”

Para isso, segundo esta responsável, as autoridades nacionais estão em contacto com as suas congêneres desses países para saber se estão a procura de pessoas desaparecidas. Também estão em contacto com Mauritania, pais de onde alegadamente o piroga partiu. “Pelas informações que recolhemos, eram 65 pessoas na embarcação, de diferentes nacionalidades e idades, incluindo crianças e mulheres. Mas está tudo por confirmar. Já enviamos os documentos recolhidos para estes países para ver se nos ajudam neste processo”, concluiu.

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