Sistcepp preocupado com perda de rendimento dos estivadores do Porto Grande com a provável entrada de 21 contratados em janeiro

Estivadores do Porto Grande do Mindelo estão preocupados com uma perda significativa dos rendimentos com a provável contratação pela Enapor de novos trabalhadores do ramo no próximo mês de janeiro. Segundo o sindicalista Jailson Aguiar, a administração portuária contratou recentemente 21 estivadores e pretende meter mais 20 em janeiro, cenário que vai impactar negativamente no salário da classe.

“Os estivadores ganham com base nas horas de trabalho prestado. A média actual é de 12 dias e, com a entrada de mais pessoal, vai baixar para 10 dias por mês”, explica o responsável do SISTCEPP – Sindicato de Indústria, Turismo, Comércio, Empresas Públicas e Privadas, que representa actualmente 20 estivadores em S. Vicente.

Jailson Aguiar reforça que neste momento não há movimento no Porto Grande que justifique o reforço dessa mão-de-obra. Isto ocorre, segundo essa fonte, porque a maior parte da carga chega contentorizada. Além disso, diz, não tem havido um aumento efectivo do serviço de estiva nesta infraestrutura marítima, pelo que o grupo existente pode dar conta do recado.

O sindicalista adianta que o assunto em pauta foi abordado com o PCA da Enapor, tendo este justificado a medida com as faltas frequentes dadas por estivadores. Aguiar salienta que esse fenômeno sempre ocorreu, mas acha que será incorrecto penalizar 100 estivadores por falhas de um pequeno grupo. Tanto assim, diz, que nunca houve uma paragem do trabalho de estiva no porto.

Questionado se não deveria ficar satisfeito, enquanto sindicalista, com o aumento do emprego, Aguiar explica que o cenário actual não justifica a entrada de mais trabalhadores porque não houve um aumento efectivo do serviço no Porto Grande. “Acontece que este Conselho de Administração não trouxe mais trabalho para o porto. É tudo mais imagem. Se tivessemos uma média de 22 dias mensais de trabalho iríamos entender essa medida, mas não na situação actual”, responde.

Para o presidente do Sistcepp, a quebra de rendimento dos estivadores vai impactar a estabilidade financeira desses profissionais, havendo quem tenha de pagar empréstimo bancário e a propina de filhos que estudam nas universidades. Daí apelar a Enapor para repensar essa medida e que o serviço dos Recursos Humanos passe a estar mais próximo da classe de estiva.

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