O Siacsa vai recorrer ao tribunal para obrigar a Câmara de S. Vicente a cumprir o estipulado em três memorandos de entendimento assinados em 2022 e no ano seguinte, relacionados com os direitos laborais dos bombeiros municipais. O anúncio partiu do sindicalista Heidi Ganeto, para quem esse entrave é resultado de uma “guerra política” dentro da autarquia mindelense entre o vereador Nilton Andrade (UCID) e o edil Augusto Neves.
Pelo depreendido, diz o responsável local do Siacsa, o vereador assina acordos e depois recebe cartão vermelho do edil e tudo fica chumbado. “Esta guerra política é que está a criar as muitas dificuldades vividas tanto pelos bombeiros como pelos nadadores-salvadores”, considera.
Ciente de que o recurso a uma greve seria “chover no molhado”, o Siacsa optou, segundo Ganeto, por remeter o caso às instâncias judiciais. Como explica o dirigente sindical, com apenas 6 bombeiros profissionais e 10 voluntários, a paralisação seria facilmente contornada com o recrutamento deste segundo grupo. Aliás, o sindicalista revela que os bombeiros de S. Vicente deveriam ser uma corporação composta por 30 profissionais, mas, diz, o vereador da proteção Civil e o Comandante da corporação estão a optar por uma entidade mista, integrada neste momento por vários voluntários. Pessoas que, nas suas palavras, sequer têm uma formação profissional adequada para estarem na linha da frente das ocorrências.
Segundo Heidi Ganeto, o caso já está nas mãos de um jurista, que deve encaminha-lo para o Tribunal de S. Vicente em julho ou agosto, antes das férias judiciais. O Siacsa está ciente de que o processo vai demorar dois a três anos a correr trâmites até haver uma decisão, mas acha que é melhor do que o recurso a greve.
A par dos bombeiros, o Siacsa afirma que a CMSV tem estado também a violar os direitos dos nadadores-salvadores. Heidi Ganeto relembra que há um ano foi metido um pré-aviso de greve da parte dos salva-vidas devido a “várias violações laborais”. Situações que, adianta, esses profissionais estão ainda a enfrentar porque o vereador da Proteção Civil assumiu resolvê-las, mas até esta data nada aconteceu. Deste modo, Ganeto anunciou hoje a provável entrega de um outro pré-aviso em junho/julho, que vai levar a uma paralisação do serviço nas praias durante esta época balnear.
Para este porta-voz, tanto o presidente da CMSV quanto o vereador não decidem resolver as situações que afectam os bombeiros e os nadadores-salvadores porque se preocupam mais com o poder.