O apartamento de uma emigrante no sétimo andar do edifício Verde Cara, localizado atrás da Electra na Matiota, foi roubado e vandalizado, repetindo o mesmo método utilizado em outra residência do mesmo prédio. Sem entender como foi possível tal proeza, tendo em conta a altura do edifício, um dos mais altos da ilha de São Vicente, a emigrante Grace Beatriz deixa um desabafo: “O que se passa no prédio Verde Cara?” O caso já está sob alçada da Polícia Judiciária.
Foram dois assaltos em apenas duas semanas nos apartamentos do sétimo e nono andar e mais algumas tentativas frustradas em outros pisos. “Não é normal. Precisamos tomar medidas para que o prédio não seja alvo destes tipos de crimes”, pontua a emigrante, que diz ter sido informada do roubo por meio de um video enviado por uma amiga que tem as chaves do seu apartamento.
“Pude ver que deixaram o meu apartamento completamente vandalizado. Os bandidos tiveram tempo de fazer tudo. Roubar e vandalizar! O mesmo fizeram com no nono andar onde também roubaram tudo”, exclamou. No seu caso, diz Grace, roubaram os seus bens, comprados com o seu dinheiro e suor.
“Sim, sou uma emigrante e sei muito bem que temos vindo, ao longo dos anos, a ajudar construir um Cabo Verde melhor. Sou também filha de emigrante porque o meu padrasto foi um dos primeiros cabo-verdianos que partiu de barco para Argentina. E sempre que podia voltava ao nosso país para ajudar o povo ao qual pertencemos. Foi assim que fui criada,” relata.
Grace Beatriz mostra-se no entanto desapontada com o comportamento dos seus conterrâneos se faz sentido ajudar os seus conterranêos para depois ser roubado e assaltado. “Um povo ingrato! Um povinho convencido que tudo cai do céu…tudo é de graça. Um governo falhado que cria ladrões, vagabundos, parasitas, larápios e bandidos. Enfim, uma juventude perdida”, desabafa.
Inconformada, promete lutar sem descanso enquanto os bandidos não forem apanhados e punidos. E, desde logo, promete uma recompensa para quem ajudar a prender o ladrão que, afirma, deve estar a vender aparelhos de TV e, rádio, máquina de café e outros bens, que foram retirados do apartamento.
Até lá, diz temer regressar à S. Vicente e ao seu apartamento, tendo em conta que foi encontrado uma faca, levada pelos meliantes. “Não sei o que teria acontecido se eu estivesses lá. Poderiam ter usado a faca para me neutralizar ou mesmo matar. Regressei recentemente de São Vicente”, concluiu.