Profissionais de Saúde refletem sobre segurança do utente, no âmbito do Dia Mundial da Segurança do Doente

Os profissionais de saúde de São Vicente estão a reflectir sobre a segurança dos utentes, no âmbito do Dia Mundial da Segurança do Doente que se assinala amanhã, 17, sob o lema “Cuidados Maternos e Neonatais Seguros”. As actividades decorrem de forma descentralizada na Delegacia e Centros de Saúde de São Vicente, em concertação com os serviços da Capital. Aliás, acções similares estão a ser desenvolvidas também em outros pontos do país.

As acções iniciaram no passado dia 13, com decorações dos espaços, colocação de cartazes e promoção de uma conversa aberta entre profissionais de saúde, desde médicos, obstetra, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicólogo, assistente social, assistentes sociais, enfermeiros, de entre outros. “Foi uma oportunidade para reflectir sobre os cuidados neonatais, deixar sugestões e definir estratégias para melhorar o atendimento individual e colectivo, mas também a interacção entre os cuidados formais e secundários de saúde”, esclarece a enfermeira Marlinda Bettencourt.

Ontem, realizou-se uma sessão destinada a cozinheiras, enfermeiras, ajudantes de serviços gerais, cuidadores de idosos, pessoal de escolas e jardins. A actividade decorreu em formato online, teve 27 pessoas em uma sala em São Vicente e outros tantos na Praia. “Falamos da importância da lavagem das mãos, tendo em que no dia 05 de setembro foi o Dia Mundial da Lavagem das Mãos. No caso, falamos da importância da lavagem das mãos para a segurança do doente e para prevenir as infecções associadas aos cuidados de saúde. Esta sessão foi animada por Edith Silva na Praia e por mim aqui no Mindelo. No meu caso, incidi na importância da higiene das mãos no contexto de pandemia.”

Hoje, dia 15, as enfermeiras Marlinda (DS) e Anabela (Maternidade do HBS) participam do programa “Sociedade Aberta” e, para amanhã, está previsto um Webinar, que será feito a partir do Palácio do Governo na cidade da Praia e será acompanhado em todas as estruturas de saúde do país, via a plataforma zoom. Paralelamente, e quase no mesmo horário decorre uma formação de formadores sobre a atenção integrada a Saúde do idoso, também via zoom, orientada formadores internacionais da Organização Mundial da Saúde.

O Dia Mundial da Segurança do Doente, refira-se, foi instituído pela OMS para, justamente, levar os profissionais de saúde a reflectir sobre a forma como cuidam dos utentes, doentes ou sãs, de acordo com Marlinda Bettencourt. Inicialmente eram mais no sentido de prestar cuidados seguros durante os procedimentos, mas foi ampliado, tendo em conta que, afirma, a segurança do doente vai muito além de o profissional a prestar o cuidado.

Depende também do utente, das suas convicções, cultura, situação socioeconómica, acesso aos cuidados, de entre outros factores. E é com exemplo que esta enfermeira justifica. “Ainda continuamos a ter mães que entendem que devem curar o umbigo de um bebé com cinza porque é o costume na sua zona, colocando em risco a criança. É algo que ultrapassa o profissional de saúde. São coisas que vão sendo desmistificados ou estão a cair em desuso, mas ainda existem”, constata Marlinda Bettencourt.

A segurança do utente é também colocada em causa quando se solicita uma análise a uma gravida, mas esta não possui condições económica para custear o exame, que muitas vezes é crucial para definir, tratar ou prevenir uma doença. Por isso mesmo, conclui, a visão dos profissionais da saúde sobre a segurança do doente deve ser bem ampla.

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