O economista Paulino Dias partilhou uma curta publicação onde manifesta “apoio total” ao Censo 2021, que está a decorrer neste momento em Cabo Verde. Esta publicação, segundo o mesmo explica, na sequência de “alguma areia na engrenagem”, referindo-se concretamente as reacções nas redes sociais de algumas pessoas contra alegadas “perguntas invasivas”, designadamente nome, religião, bens, de entre outros.
De acordo com Paulino Dias, o Censo 2021 é uma operação muito importante para se conhecer corretamente aspetos essenciais da sociedade cabo-verdiana, e para os decisores, públicos e privados, poderem tomar melhores decisões, baseadas em evidências. “Por isso, encorajo a tod@s a colaborarem com os inquiridores para que possam fazer o seu trabalho. Aqui em casa já respondemos o questionário, sem qualquer problema”, diz.
É que, afirma este economista santantonense, parece estar a haver alguma areia na engrenagem por falhas/insuficiências na comunicação, por déficit na formação dos inquiridores ou por problemas de eficácia na liderança do processo. “Não sei, nem cabe a mim, cidadão, avaliar. Mas é importante sanar estas fragilidades, caso existam de facto, para que a operação possa decorrer normalmente”, acrescenta este economista.
Certo é que ontem a escritora Eileen Barbosa fez uma publicação mostrando-se incomodada com o nível de detalhe do Censo. “Para mim, ou se dá toda a informação, mas se mantém o anonimato. Ou se releva o nome, mas se retém certas informações”, sugere, melindrada com as perguntas sobre nome e apelido, os eletrodomésticos em casa, carros, endereço, nomes dos nossos filhos, da empresa, datas de nascimento, o grau académico, dificuldades motoras, visuais e auditivas de entre outras. “Senti como se estivesse num desses países de bandeira vermelha… sabem? Não sei se a Comissão Nacional de Proteção de Dados teve conhecimento de todas as questões. Falam-me em confidencialidade, mas não vejo é a pertinência de nos perguntarem o nome. O que vos parece?”, interrogou.
Esta publicação suscitou perto de 150 comentários, a maioria de pessoas a considerarem absurdas e invasivas algumas das perguntas. Outras há que admitem que este nível de detalhe tem contribuído para a recusa de muitas pessoas em participar deste levantamento. Boa parte mostra-se particularmente constrangida com o facto de se ter de fornecer o nome, a religião, de entre outros. “Senti-me num verdadeiro ´big brother`”, finaliza.