Palmas, batucada e discurso no adeus a Cely Freitas

Centenas de pessoas deram ontem à tarde o adeus à activista desportiva e cultural Cely Freitas, falecida na véspera do Carnaval, na cidade do Mindelo. Todos os grupos carnavalescos estiveram representados no funeral, alguns portando os seus estandartes, assim como as equipas de futebol feminino, em particular a do Clube Sportivo Mindelense, onde Cely foi jogadora e dirigente.

Antes do início do trajecto para o cemitério, a urna foi levada aos ombros da agência funerária Freitas & Fortes – pertencente à família da malograda – para a igreja Nossa Sra da Luz. Após a missa, o corpo retornou à porta da agência, de onde partiu para o cemitério com uma salva de palma. A passos lentos, a multidão acompanhou serenamente os dois carros fúnebres – um com a urna e outro com flores – ao som de mornas que retratam a saudade, o amor e a tristeza.

Chegado ao Clube Ténis do Mindelo, em cuja parede externa está um mural com pinturas de Cely e da mãe Lili Freitas, esta falecida em janeiro do ano passado, o ambiente foi invadido pelo rufar dos tambores da Bateria Dona Lili, do grupo Vindos do Oriente.

O cortejo continuou o seu percurso para Chã d’Cemitério com a batucada ecoando até cessar e dar lugar, de novo, à música instrumental. Já perto do cemitério, foi entoada a canção “Sodade”, eternizada pela diva Cesária Évora, acompanhada pela batucada ao ritmo de samba lento.

O corpo foi de novo transportado à mão até a cova por amigos de Cely Freitas. Antes do sepultamento, houve discursos de agradecimento por tudo aquilo que a activista fez em prol do desporto e da cultura cabo-verdiana.

Sair da versão mobile