OMCV lança saco de compra ecológico e a meta é produzir 10 mil unidades em um ano

A delegação da Organização das Mulheres de Cabo Verde em São Vicente apresentou ontem à tarde sacos de compra ecológicos, feitos de tecido, como medida para tentar erradicar o uso de os de plástico no país. Nesta primeira etapa foram produzidos 100 sacos no espaço de dois meses, mas a ideia é chegar a 10 mil unidades em um ano, com o envolvimento de algumas empresas e instituições .

De acordo com a delegada Fátima Balbina, o cuidado com o meio ambiente faz parte da política da instituição e o objetivo é oferecer alguns sacos e vender outros a um preço simbólico, para que o projeto se auto financie com o tempo. No entanto, de acordo com a delegada da OMCV, é necessário que haja quem acredite nesta ideia, que, apesar de não ser nova, é um “embrião” lançado e mais uma força para estimular a consciência e educação ambiental.

“Tivemos um encontro entre colaboradores e a nossa designer Arciolinda Monteiro apresentou-nos a ideia de se fazer uma bolsa que fosse capaz de substituir a de plástico. É uma visão otimista pensar que podemos substituir o plástico, mas é um caminho para começar e desta forma quem sabe se podemos fazer as pessoas e associações aderirem à iniciativa e um dia possamos ter sacos a circular alternativos ao plástico”, expõe Fátima Balbina.

Esta fonte explica que o plástico não pode ser opção porque, apesar de dizerem ser biodegradáveis, continuam a ser plástico que depois de comprados nas lojas e supermercados vão parar ao ambiente.

A OMCV pensou num saco que fosse facilmente lavável e poder carregar todo tipo de compras. Esta é uma missão que a responsável pela instituição em São Vicente pensa ser de longo prazo, pedagógica, de modo a educar as pessoas desde crianças para que possam crescer já com uma noção de proteção do ambiente.

De acordo com a delegada, a designer projetou o saco e contou com colaboradoras voluntárias que trabalharam na produção. Pensa em atribuir-lhes uma gratificação com a venda dos sacos e o plano é incluir este módulo nas formações de corte e costura ministradas na OMCV.

Esta é uma forma, para a designer e mentora do projeto, Arciolinda Monteiro Fortes, das participantes aprenderem um ofício e ter uma fonte de rendimento. “É uma oportunidade que a OMCV deu para algumas mulheres que nesta pandemia ficaram sem trabalho, para não ficarem em casa sem fazer nada,” sublinha a designer.

As bolsas foram costuradas por cinco mulheres que dividiam o tempo entre produção de bolsas, máscaras, batas e fardas escolares. Algumas das mulheres ainda não tinham noção de costura e por isso levaram algum tempo para aprender e começar a costurar.

Segundo Arciolinda Monteiro Fortes, a ideia começou a ganhar forma quando chegou à OMCV para dar formações como voluntária. Viu que havia muitos materiais sem uso e decidiu aplicar a política dos três “R’s”, reciclar, reutilizar e reduzir. A reciclagem, de acordo com Fortes, implica alguns custos, por isso tem dado prioridade a reutilizar e reduzir.

“Começamos por bolsas de plástico porque há muitas políticas que têm vindo a ser feitas, mas continuam sendo de plástico. Por isso abraçamos este novo desafio e temos design para outros tipos de bolsa”, garante Arciolinda.

Para este projeto, não houve uso de apoios de empresas, pelo que contou com a doação de um grupo de “pessoas amigas” que ofereceram tecidos e das costureiras que foram voluntárias.

Sidneia Newton

Sair da versão mobile