O autarca Augusto Neves afirmou ontem que os bombeiros são uma classe privilegiada na CMSV, muitos ganham mais do que os vereadores e que não vê motivos para agendarem a greve anunciada para o dia 28 deste mês. Do mesmo modo, Neves considera que não há justificação para o pessoal do saneamento municipal partir para uma manifestação pacífica, esta no dia 27.
Segundo o presidente da Câmara de S. Vicente, os profissionais desses dois departamentos usufruem de condições, os seus direitos laborais são respeitados e que, se querem partir para a greve e o protesto público, a responsabilidade é deles e do sindicato que os representa. Neves negou categoricamente as queixas apresentadas pelo sindicato Siacsa, que fala em escassez de equipamentos, salários incompatíveis, falta de cobertura do INPS e indisponibilidade da autarquia para o diálogo. Para o autarca tudo isso são “mentiras”.
O edil Ilustra que os bombeiros viram os seus salários duplicar e até triplicar graças a um regulamento aprovado pela CMSV, assegura que auferem de subsídios – “e agora querem mais” – e nega que sejam apenas 11 efectivos. Neves afirma que são mais de vinte, só que alguns já estão numa certa idade e acham que não podem trabalhar. Adverte, no entanto, que quem decide se devem ir para a reforma é a Administração Pública ou a Junta de Saíde, e não a Câmara.
Em relação aos profissionais do Saneamento, Neves assegura que a maior parte usufrui do INPS, excluindo os contratados para prestação de serviço. Acrescenta que os funcionários que não ganham o salário mínimo acabam por auferir muito mais, com as horas extras.
Neves afirma que há funcionários da CMSV que trabalham muito mais que os bombeiros, igualmente em situação de risco, mas que não andam a exigir mais. Assegura que na sua gestão as pessoas vão usufruir daquilo que têm direito por lei.
O Sindicato da Indústria, Agricultura, Comércio, Serviços e Afins anunciou no dia 13 a realização de uma greve de seis dias – de 28 de dezembro de 2022 a 2 de janeiro de 2023 – dos bombeiros municipais de São Vicente. O sindicalista Heidy Ganeto aponta “desgaste, ausência de conversações e falta de interesse da edilidade” como as motivações para esta paralisação, que vem sendo ponderada há algum tempo.
O sindicato espera resolver de vez o problema das promoções em atraso e aumentar o número de efectivos da corporação. São os mesmos motivos que vêm sendo reivindicados e que, em agosto, levaram o sindicato a estabelecer como meta meados de dezembro para a realização de acções concretas por parte da Câmara de São Vicente, visando a resolução dos mesmos.