MP abre instrução para apurar causas da morte de bebé no processo de evacuação

O Ministério Público abriu instrução para apurar as circunstâncias da morte da recém-nascida, ocorrida no dia 15 de novembro, no processo de evacuação para a cidade da Praia, na sequência das acusações feitas pela mãe e retomada por alguns órgãos de comunicação social. Em causa, diz o MP, estão factos suscetíveis de, por ora, integrarem a prática do crime de homicídio, na forma negligente, previsto e punido pela legislação penal nacional.

Em uma publicação feita no seu site, o Ministério Público informa que, no âmbito da investigação, que corre termos na Procuradoria da República da Comarca de São Filipe, encontram-se em curso um conjunto de diligências com vista à obtenção de prova que permitam esclarecer os factos denunciados, pelo que, uma vez concluída, será tornado público o sentido do despacho de encerramento da instrução.

Vânia Gomes

Foi no dia 17, dois dias após o falecimento do recém-nascido, que a mãe Vânia Gomes alertou o Hospital do Fogo para a morte do filho que nasceu prematura. Alegadamente terão esquecido de ligar a válvula da garrafa de oxigénio na evacuação. “Retiraram o meu filho da incubadora e ele estava bem, inclusive estava a chorar. Colocaram a máscara de oxigénio para o ajudar a respirar do hospital até o aeroporto, mas esqueceram de ligar a válvula na garrafa.”

A pessoa que a acompanhava, diz, deixo-os no aeroporto e tiveram de tomar um táxi para regressar ao hospital quando percebeu que o bebé estava “roxo”. “No hospital, primeiro disseram que a criança estava bem, mas, meia hora depois, chegou a médica com a notícia de que Wilmara estava morta”, acusa Vânia Gomes, que diz ter ouvido um médico afirmar que esquecer de abrir o oxigénio era algo nunca visto em seis anos de carreira.

Vânia Gomes garante que o Hospital Regional do Fogo/Brava não reagiu a esta acusação grosseira que terá custado a vida à pequena Wilmara. Diz ainda estar convencida que a falta de oxigénio foi a causa da morte da bebé. Aliás, afirma, o próprio hospital chegou a admitir que a filha tinha problema pulmonar e necessitava de assistência respiratória.

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