Os mindelenses vão se associar ao MIM-Movimento Inspira Mulheres, que surgiu na sequência do bárbaro assassinato da jovem Gabriela na ilha da Boa Vista, para repudiar a violência baseada no género em Cabo Verde que, dizem, pode acontecer a qualquer mulher. Neste sentido, saem à rua amanhã, sexta-feira, 06 de novembro, às 16:30, a partir do Liceu velho, com passagem pela Rua de Lisboa e término na Praça Don Luís.
Albertina Ferreira, que encabeça o movimento em S. Vicente junto com Indira Leite, justifica a realização desta manifestação, dizendo que, as mulheres devem começar a dizer basta a violência nos relacionamentos e não permitir que determinados homens as façam suas propriedades.
“Em um relacionamento, quando um não quer, o ideal é colocar um fim e cada um seguir a sua vida. Antes de uma mulher conhecer o seu parceiro, ambos estavam sozinhos. Mas, quando iniciam um relacionamento, muitas vezes torna-se propriedade do homem, o que é inaceitável”, refere.
É contra esta “posse” que os mindelenses querem manifestar. Segundo Albertina Ferreira, esta é uma luta para se solidalizar e mostrar descontentamento por aquelas que já foram mortas, mas também para com as que ainda estão “presas” em relacionamentos abusivos.
Ferreira apela as pessoas que vão aderir ao protesto que tragam t-shirts branca e cartazes com slogan com denuncias de VBG. “Queremos que as pessoas expressam a sua dor e escrevem dizeres, por exemplo, ‘Por mim, por nós e pelas outras’, ou então ‘Quem ama não bate e não’. Entendemos que não faz sentido matar uma pessoa que se diz amar”, acrescenta, realçando que esta luta não é apenas das mulheres. “Os homens não podem ficar de lado. Devem abraçar esta causa juntamente com as mulheres”, desafia.
A manifestação conta com apoio do movimento cívico Sokols 2017.
Lidiane Sales (Estagiária)
